segunda-feira, dezembro 21, 2009

O Natal do Papai Noel

Joseph Olsen tem 65 anos e mora na Zona Sul de São Paulo. Veio ainda pequeno para o Brasil, com seus pais que fugiam da guerra na Europa. Desde sempre, morou naquela casa humilde, num bairro que nunca prosperou de fato. E do pai herdou apenas a profissão de encanador com a qual sustenta a si e a D. Betina, com quem vive há mais de vinte anos, e tem fama de ser tão mau-humorada e turrona quanto ele. Nunca tiveram filhos e viviam implicando com a molecada da rua, que fazia ainda mais questão de provocar algazarra na frente da casa deles.
Este ano, um desses scouters de agência publicitária, abordou o Sr. Olsen na parada de ônibus, oferecendo emprego de Papai Noel no fim do ano. Seu tipo robusto, de olhos azuis, cabelos e barba brancos era perfeito para o papel! O Sr.Olsen fez sua cara feia de costume, não disse uma palavra e enfiou o cartão da agência no bolso, esquecendo-o ali. Quando D. Betina o encontrou e perguntou o que era aquilo, o Sr. Olsen respondeu com sua rabugice de sempre:
-Um maluco quer que eu seja enfeite de Natal. Joga isso fora logo, ô mulher enxerida!
Mas D. Betina, ao invés disso,começou a resmungar que era por isso que eles viviam na miséria, que o marido era um idiota que não aproveitava nenhuma oportunidade...depois foi subindo o tom de voz, reclamando do estado da casa, do carro, das dívidas...e por fim, acabou declarando que o Sr. Olsen ia sim, trabalhar de Papai Noel, porque eles não estavam na posição de recusar dinheiro.

E foi assim que naquele fim de noite quente e chuvosa, 19 de Dezembro, o Sr. Olsen veio correndo e xingando se abrigar na parada de ônibus. Estava cansado, mais rabugento que nunca, maldizendo a mulher que o obrigara a passar aqueles dias aturando os filhos mimados da gente bem de vida. Saíra atrasado, devido ao grande movimento do shopping,o gerente o obrigara a ficar muito além do horário, e agora o Sr. Olsen não tinha certeza se havia perdido o último ônibus. A rua estava deserta. Praguejando, tirou do bolso ensopado um maço de cigarros baratos. Tirou um cigarro amassado e tentava acendê-lo.
-Oh, p*ta que pariu, só faltava mesmo essa m*rda estar molhada..!
-Papai Noel! É o senhor!?

O Sr. Olsen quase teve um ataque cardíaco com a exclamação. Julgava-se sozinho. Mas em menos de um segundo, um mulatinho magricela e careca surgiu do meio de um monte de papelão embaixo do banco da parada.

-C*ralho, moleque, tá querendo me matar?
-Papai Noel, o senhor veio!
-Que Papai Noel p*rra nenhuma, pivete! Vaza daqui, vai, vai cheirar cola ou assaltar algum bacana no farol..!

O menino riu

-Qué isso, Seu Noel, não faço essas coisas não..!
-Ah, é. Então você mora na rua porque gosta do estilo de vida.
-Olha, gostar, gostar eu não gosto muito, não, mas não dá pra reclamar, também. Tem a parte boa.
-Que é o quê? Não apanhar do seu padrasto bêbado?
-Ih, tenho padrasto não, Seu Noel..!
-Da biscate da tua mãe, então?
-Olha, bem da verdade, lembro muito da minha mãe, não. Nem sei se era biscate ou beata. Desde sempre, o que eu lembro, é dessa vida aqui. Até morei uns tempinhos com uma tiazinha lá, uma tiazona aqui, um abrigo ali...Mas vivo bem é na rua, mesmo. A comida é quase a mesma coisa e eu ainda posso escolher onde vou dormir. E ás vezes acontece até umas coisas legais assim! Quem diria que o senhor ia mesmo aparecer, hein, Seu Noel?
-Se liga, moleque, eu não sou Papai Noel.
-Como não? Essa barba branca, esse olhão azul, essa pança...Abre essa mala aí, aposto que a roupa vermelha tá aí dentro!- o moleque fez menção de pegar a mochila surrada do Sr. Olsen (onde, de fato, estava a fantasia de Papai Noel que ele usava no shopping), mas o velho deu um safanão:
-Tá pensando o quê, vagabundo!- o menino ria ainda mais, certo de que sua suspeita estava confirmada.
-Tô pensando nada, não..! Tô feliz que o senhor tenha aparecido, só isso...o senhor não sabe há quantos anos eu espero pra ver o senhor, Seu Noel!
-Vai alugar outro.Você não tem nem mais idade pra acreditar em papai noel, moleque.
-Eu tenho treze anos...podia até não acreditar, mesmo. Mas todo fim de ano eu sempre vi o senhor em tudo o que é propaganda, de placa, de TV...mas nunca assim de pertinho. Eu até achava que o senhor não existia, mesmo, que era tudo de mentira...Mas agora que eu acredito mesmo, olhaí! a barba é de verdade..!
O menino passou a mão na barba da Sr. Olsen. Ele permitiu por um segundo, depois se afastou
-Quê..! -resmungou. -Ô seu pivete, você acha que se eu fosse papai noel ia estar aqui, todo f*dido, esperando o ônibus, hein? Não ia ser muito mais fácil pegar meu trenó e voar pra casa?
-Ah, mas isso aí eu sei que é mentira! - o menino disse, triunfal. -Isso aí eu sei que já é fantasia, tipo coisa de TV. Essas coisas de rena, neve...Isso não existe!

Então, um pensamento invadiu a mente do Sr. Olsen: a lembrança da neve no seu país de origem. Uma lembrança há muito deixada de lado, a visão e sensação dos flocos caindo mansamente, o pisar fofo e frio na relva coberta de branco...e como era gostoso deslizar no trenó nas colinas em volta da casa, onde sua mãe já preparava um farto jantar para ele e seu pai. Lembrou-se do bosque habitado por belas renas selvagens que gostava de observar ao longe. Não, elas não voavam...ou voavam? -perguntava-se o jovem Joseph, rolando uma bola de neve nas mãos.

-Tá pensando que ônibus vai pro Pólo Norte, é? - o menino interrompeu seus pensamentos com a brincadeira. O Sr. Olsen deu um resmungão. Estava de volta ao ponto de ônibus sujo, ao rapazola impertinente.
- Como é o seu nome, moleque? -ele perguntou, oferecendo um cigarro que o menino recusou.
- Zé das Caixas.
- Isso é nome de gente?
- Sei lá, é assim que todo mundo me chama. É porque eu sou catador, tá ligado? Cato caixa de papelão pra vender. É assim que eu vivo: as caixas são tipo uma mãe: me dão casa e comida.
- Isso aí não é casa, muito menos mãe
- Bom, eu já disse pro senhor que eu não tive mãe. Mas as caixas nunca me deixaram na mão.
- Você é maluco.
- Mas sou bonzinho, né, Seu Noel? Eu sei que o senhor não aparece pra quem não se comporta bem...
O Sr. Olsen se lembrou das crianças do shopping. A maioria era sempre tão bem-vestida quanto mal-educada.Era óbvio que sabiam que acreditar em Papai Noel era um jeito prático de obrigar seus pais a darem-lhe os presentes listados. Era apenas isso que importava: os presentes. Nenhuma das crianças cheirosas e saudáveis da população economicamente ativa demonstrara uma satisfação tão legítima apenas em ver o "bom velhinho" quanto a que se estampava no rosto do jovem encardido e ossudo, encarando-o com os olhos brilhantes de quem presencia um verdadeiro milagre de Natal.
- Não, Zé das Caixas, você não deve ser tão bonzinho. Afinal, eu não trouxe nenhum presente para você.
-Mas, Seu Noel, eu nunca lhe pedi nenhum presente!
-Então, de que te interessa um Papai Noel, criatura?!
- Um presente pode ser qualquer coisa, em qualquer dia. Já ganhei muito presente de aniversário...E no Natal, sempre aparece alguém dando presente: bola, carrinho, roupa...Mas Papai Noel que eu sempre quis,nunca veio. Achei que eu não merecia, mesmo.Mas agora, olha o senhor aqui, conversando comigo!

O Sr. Olsen já havia aberto a boca para dar uma resposta atravessada e resmungona, mas não conseguiu. Calou-se comovido, e virou o rosto para o menino não ver seus olhos azuis ligeiramente cheios d'agua. A rua então, iluminou-se: era o ônibus que se aproximava. Com a chuva, ele havia se atrasado. Ele fez sinal, o coletivo parou. O Sr. Olsen já havia embarcado, mas antes que a porta do veículo se fechasse, ele voltou-se para Zé das Caixas, que ainda lhe sorria, sorriso gostoso de inocência.

O Sr. Olsen revirou os olhos e deu um longo suspiro, antes de ordenar, com seu costumeiro tom rabugento:

-Entra logo, moleque.Já está na hora de você saber a diferença entre uma caixa de papelão e uma casa.

Zé das Caixas chispou pra dentro do ônibus. Abraçou o Sr. Olsen, afundando seu rosto na barba branca com a qual ele tanto sonhara, tentando conter os soluços. O Sr. Olsen também segurava uma lágrima tímida, que tentava a todo esforço rolar pela face que esboçava um sorriso. Pensava na reação de D. Betina.Ela iria ralhar, é claro que ralharia! Mas ele também sabia que o amargor da mulher era justamente a falta da doçura de um filho que a vida lhe negara. Estava decidido: daria a Zé das Caixas, que jamais pedira presente algum, um lar, e um nome. E o levaria a conhecer a sua terra, onde neve, trenós e renas existem...
Existem?

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Crise de Identidade Profissional

Acho que cheguei a uma conclusão: não posso mais me definir profissionalmente como Redatora Publicitária.

Sou uma Redatora. Ponto.

Não sei se sou tão boa com publicidade. Não sei nem se sou tão boa. Não sei se meu negócio é mais a propaganda do que a literatura ou os roteiros de ficção. Queria poder dizer que sou uma daquelas cabeças "geniais", que nos brindam com frases criativas e de efeito sobre os produtos que anunciam. Mas hoje eu não tenho mais certeza se um dia serei uma dessas cabeças, pelo simples fato de que não tenho mais certeza se é isso que eu quero.

Quero escrever. Quero viver de escrever. Quero que as pessoas leiam o que eu escrevo, e gostem. Quero que conheçam as histórias que tenho para contar, as coisas que tenho para dizer. Não porque preciso que elas sabiam, mas porque gosto que elas queiram saber. O que escrevo é o que eu penso. O que penso é o que sou. Não importa a minha cara, minha cor, minha raça, meu sotaque, minha altura, peso, ou como gosto de me vestir.Não importa nem o tom da minha voz, e nem mesmo o que eu falo- pois quando abro a boca, tendo a falar demais e articular de menos. Se quiser me conhecer, leia o que escrevo.

E só então, decida se gosta ou não de mim.

domingo, dezembro 06, 2009

Maior "comédia"..!

Hoje dedico estas linhas de reflexão a um tipo de pessoa que, ao menos uma vez, sempre cruza nosso caminho: o famoso "comédia". Acho que ninguém nem usa mais essa gíria, mas nos meus tempos de adolescente ( pois é, eu disse que estou ficando velha!) significava aquela pessoa falastrona, cheia de contar vantagem, mas que na verdade não era " aqueeela Coca-Cola toda" . *risos*. Já gastei muita saliva lamentando por pessoas assim, e já passei muita raiva também. Hoje em dia,graças a Deus, essas figuras tornaram-se raras na minha vida, mas ás poucas que ainda tenho o merecimento de conhecer, dedico exatamente o que se espera de um (a) comédia: ...risadas!
Sabe aquele Zé Ruela que já passou dos 30, nunca conseguiu manter um relacionamento por muito tempo, até hoje não tem um emprego de carreira -se é que sabe o que quer fazer da vida - vive sem grana e sem perspectiva. Mas ainda acha legal se passar por conquistador, solteiro independente,sai por aí botando banca. Se bobear, ainda "se acha" por ter conseguido comprar o último lançamento em video-game no dia que chegou ás lojas. Esse é o autêntico "comédia". Um caso tão triste que só rindo.É como boa parte das "Maria Ruela": essas mulheres também na faixa dos 30 pra cima, que, ao contrário dos Zé, na maioria das vezes até têm bons empregos, salários e carreira. Mas assim como eles, têm vidas vazias, são emocionalmente imaturas, e por trás da imagem de mulher independente e "poderosa" está uma balzaquiana insegura, obcecada por calorias, que despreza o casamento por medo de não encontrar logo um príncipe e ser taxada de "encalhada".
Nem todo Zé e Maria Ruela, no entanto, são comédias. Só os que tentam disfarçar isso...
Mas ainda existe um tipo pior de comédia: aquele "amigo de ocasião". A pessoa que só lembra que você existe quando quer alguma coisa- porque na maioria do tempo, ele ou ela estão muito ocupados sendo alguém mais importante, mais popular, mais bonito e badalado do que você. Pra quem se ofende, esse é o tipo mais detestado de comédia. Para quem é capaz de rir, esses são, definitivamente, os mais engraçados.
Meu conselho: seja capaz de rir. Logo cedo me deparei com esses tipinhos, ainda no início da adolescência, e se até por isso a experiência foi mais cruel, também tornou a "vacina" mais eficaz. Exercitar hoje e sempre a consciência de quem eu sou me tornou segura o suficiente para achar qualquer pessoa que se ache grande coisa por me superar em qualquer aspecto, uma tremenda comédia. Ainda mais quando essas pessoas acham que estão fazendo um grande favor em fazer parte da minha vida. Pior ainda se ainda vem com aquela puxa-saquice tão autêntica quanto uma nota de R$3 com a cara do Seu Madruga...

Palhaço pode até ser engraçado no circo. Na vida real, não tem graça nenhuma..!

sábado, novembro 28, 2009

Epidemia de Solteiros

"O término de um relacionamento pode ser a maior oportunidade para encontrar o amor da sua vida" - Samantha Kyle

Não sei o que acontece, mas não deve ser só coincidência. Nos últimos dois meses, algumas - não uma, não duas, não três - algumas das minhas amigas mais próximas enfrentaram rompimentos em suas bem-encaminhadas vidas amorosas. Num momento estava tudo bem, no outro...

Ouço as histórias e, em alguns trechos, posso dizer que sei exatamente o que sentem, o que sentiram. Sou humana, pô...e de coração partido, também entendo um bocado. Todo mundo já levou um fora, já perdeu um "grande amor da minha vida". Acho que entre as mulheres, principalmente adolescentes, então, pode ser uma experiência bem devastadora. Tanto quanto...inevitável. E necessária.

Quando digo "necessária", penso que seja uma necessidade voluntária, porém irresistível. Porque a verdade é que, quando estamos curtindo uma fossa, a última coisa que desejamos ouvir é uma Samantha Kyle, com a frase que abre esta postagem. Mas se tem uma pessoa que pode dar testemunho dela sou eu, contando minha história. Todo mundo sabe como meu casamento começou. Curtindo uma fossa...

Fico triste por minhas amigas, mais ainda quando buscam em si um motivo, uma razão para culpar-se pelo fim do relacionamento. TODAS as garotas sobre as quais escrevo aqui são jovens, lindas e inteligentes. E TODAS, ao menos em algum momento, "chegaram à conclusão" de que são feias, ou gordas, ou ignorantes, ou chatas. Nenhuma o é. É doloroso ver o quanto elas se tornam fragilizadas, dependentes, incapazes, num primeiro momento, de acreditar que são maravilhosas mulheres com uma identidade própria, não dependem "dele"...É mais doloroso ainda lembrar do que senti em cada uma das vezes que aconteceu comigo. E ficava pior, quanto mais eu amadurecia.

Mas sobrevivi. Criei uma família linda. Meu marido tem defeitos,eu tenho defeitos, meu casamento tem crises. Mas hoje eu vejo que essa é a "graça": administrar essas crises. Principalmente, o conflito de egos, tão complicado no começo. Um amigo me disse que "no começo é uma maravilha". não é: o começo é a parte mais complicada. Se não ficou complicado ainda, é porque não começou de fato. E, se logo de cara, um ou ambos desistem, creia-me: é melhor assim.

Relacionamento não evolui: ele existe para que as pessoas evoluam.Manter um casamento, uma convivência diária sob um mesmo teto, é uma arte que muito nos ensina sobre o respeito, a tolerância, a necessidade da ordem, da compreensão. O amor não é tudo: ele deve ser a base, o fundamento sobre o qual vamos passar a erguer um colosso de paciência. E é desta paciência que esperamos que venham, pouco a pouco, todas as outras conquistas.

Paciência inclusive, para esperar o que há de vir. Porque virá.Quer melhor chance de encontrar o amor de sua vida do que estar, afinal, desvencilhada de quem não o era?

O coração não está vazio: suas portas estão abertas.

quinta-feira, novembro 26, 2009

A vida é CURTA!

Não consigo pensar em mais nada a não ser no meu filme. Engraçado isso: não esperava mesmo que um roteiro escrito em 10 minutos, só pra marcar presença, seria selecionado no concurso. Depois, não imaginei que um filme gravado em algumas horas, sem ensaios nem atores profissionais, daria tão certo. Mas deu. Depois, achei que não iria agradar. E agora estamos a dois dias da premiação, com quatro indicações e duas matérias de jornal. Que mais eu posso querer ou esperar?
Nada. O que vier é lucro. Toda essa experiência já foi em si uma vitória. Agora eu quero só curtir a vida, que é curta, mas não pode ser curta!!



Até porque, não é nada demais. Curta que vira capa de revista? Só se for a saia da Geisy Arruda.

sábado, novembro 14, 2009

É clichê, mas é verdade!


A primeira vez a gente nunca esquece!

Gravação da cena de abertura de "Além do Encanto", primeiro filme de ficção escrito e dirigido por mim. As filmagens aconteceram no Recanto dos Curiós, belíssima propriedade ás margens do Tarumã-Açu, conhecida por sediar eventos de wakeboard e festas de gente bonita. Na noite de 8 de Novembro era toda nossa para muito trabalho, risadas e -oba!- muito guaraná Tuchaua!

Abaixo, a ficha técnica e o cronograma de exibições da mostra. Ficou curioso? Aparece lá!


"ALÉM DO ENCANTO" - Um filme de Rosa Moraes

FICHA TÉCNICA

Elenco:

“Encantada” .................. Leda Mayara
“Boto”............................ Santhiago Moss
“Pai”............................... Wander Luis
“Mãe da Grávida”........... Dorotéia Botelho
“Grávida”.........................Mel Rose
“Menino”..........................Marcel Perón
“Menina”..........................Julia Giamarino
“Mãe das Crianças”.........Célia Perón
“Delegado”.......................Niels Newton
“Policial 1”........................Sales Botelho
“Policial 2”.........................Sani Miléo

Equipe:

Roteiro e Direção..................Rosa Moraes
Assistente de Direção...........Caio Luiz
Produção.............................. Renata Paula
Ass. De Produção................. Luis Guilherme Bitterncourt,
Aylton Botelho
Elias Vidal
Samy Castro
Najara Perón
Direção de Arte.....................Inamara Fernandes

Auxiliar de iluminação.............Alvaro Botelho
Continuista...............................Renata Paula
Cameraman e Edição..............Junior Rodrigues
Still ..........................................Thiago Hermido

Agradecimentos Especiais:

Alcy Alves
Ana Scognamiglio
Carla Machado
Francisco Santos Silva
Rodrigo Mari
Flutuante Peixe-Boi


Exibições:

MOSTRA “CINEMA ALÉM DA IMAGEM”
20/11 – Sexta-Feira
*10h
CINEMARK - Manaus

MOSTRA “CURTA 4 ponto 5”
21/11 – Sábado
*10h
CINEMARK - Manaus
*18:30h
ITACOATIARA

22/11 – Domingo
*19h
MANACAPURU

MOSTRA “QUATRINHO.4”
23/11 – Segunda-Feira
*10h
CINEMARK - Manaus

* hora local

quinta-feira, setembro 17, 2009

A dor e a delícia de ser quem eu sou..!

Muito prazer, se for a primeira ou a milésima vez que você acessa este blog. Seja bem vindo, tire os sapatos, espreguiçe, sente-se em qualquer lugar e não repare na bagunça.
Sou Rosa Moraes, sonhadora por vocação e redatora por profissão, embora meus melhores textos eu sempre acabe escrevendo de graça aqui, ali, num pedaço de papel higiênico que nunca mais será encontrado. Escrevi também algumas letras de música que só eu sei e alguns filmes que só eu vi (mas em breve vocês também poderão ver o primeiro filme de ficção escrito e dirigido por mim na telona do Festival Curta 4 ponto 5!!)
Amo trabalhar, odeio ir pro trabalho. Amo cozinhar, odeio lavar a louça. Não sou magra nem gorda, não sou feia nem bonita. Sou baixinha, baixinha que só. E sou paulista, meu!
Ah, quem dera ser um peixe! Amo água e viveria feliz numa cabana a beira-mar, desde que tenha Internet. Não faço questão de ser rica, mas viveria como socialite numa boa. Só não vejo sentido em passar a vida perseguindo uma fortuna, uma posição, um corpo que nunca será o suficiente. Meu negócio é ser feliz hoje, e talvez amanhã. E amanhã eu penso no depois de amanhã. Depois de amanhã eu penso na semana que vem.
Sou Rosa, sou Pikena, sou o nick que me der na telha.Sou dramática, exagerada, sangüínea, de gritos, lágrimas, gargalhadas e biquinhos. A rainha do sarcasmo com um senso de humor babaca. Não tenho idade nem cor de cabelo. E já desisti de entender o mundo há muito tempo.

Muito prazer. Eu sou, provavelmente, alguém que você nunca irá conhecer.

:D

terça-feira, setembro 15, 2009

Amor bipolar

Passou.

Toda aquela frustração e indignação do sábado acabou no domingo à noite, depois de mais alguns surtos pré-menstruais, dramas cinematográficos e até alguns questionamentos filosóficos.

Amanheço numa segunda apaixonada, numa terça romântica, sonhando com uma quarta arrebatadora, uma quinta de companheirismo e uma sexta sensual.

Todo amor é cheio de altos e baixos.

Todo relacionamento é bipolar.

domingo, setembro 13, 2009

Questão de fidelidade...

Tive até uma espécie de pesadelo essa noite. Sonhei que estava em algum lugar inexistente de São Paulo, parecia uma escola ou faculdade. A um certo ponto, me peguei combinando uma ida ao motel com alguém. Aí eu lembrava "Putz, mas eu sou casada..! Não vai dar pra pernoitar, eu tenho que voltar pra casa hoje."

No sonho, eu não senti culpa nenhuma. Só aquela pontinha de receio de quem está fazendo algo com medo de ser pego, mas acha que isso é uma possibilidade um tanto remota. Demorou um pouco para eu me tocar, ainda dentro do sonho, que o meu amante era o Bilud. Claro, por isso foi tão fácil marcar uma rapidinha assim sem culpa nenhuma! Mas.. peraí, então quem era o meu marido, no sonho?

Era ele também, pô! Esquisito, né? Eu era casada (com ele) e tinha um amante (ele também). Mas embora fossem a mesma pessoa, no sonho era como se fossem irmãos gêmmeos, clones de corpo e personalidade. Imagina o absurdo da situação: eu chegando atrasada em casa e inventando uma desculpa pro meu marido para disfarçar o fato que estava era na sem-vergonhice...com ele mesmo. Complifuso.

De qualquer maneira, acordei com um sentimento esquisito. Acho que nunca (ou pelo menos nunca desde que estamos juntos -ou desde que existe esse blog, o que dá no mesmo) nunca tinha tido um sonho em que eu fosse infiel. E agora, não tenho certeza de que foi ou deixou de ser o caso. Se o marido e o amante são a mesma pessoa, é traição? O que confundiu tudo foi o lance de precisar mentir e esconder do marido.

Ai, que confa!! *risos*

Por outro lado, é engraçado isso. Faz pensar. Eu já traí e já fui traída, como todo mundo, eu acho. Meu relacionamento , verdade seja dita, é o resultado de uma traição. Mas de minha parte, meu histórico de infidelidade acabou ali. Tudo isso meu deu uma lição pra vida toda: não traia - e não seja pivô de traição.

E outra ainda mais valiosa: Não mantenha um relacionamento com alguém que você acha que pode trair. Porque, pelo menos pra mim, serviu para confirmar uma coisa que eu não levava muito a sério: QUEM AMA DE VERDADE, NÃO TRAI.. Pode estar com todos os instintos sexuais berrando - o que não podemos controlar- Mas não chega ás vias de fato. "Um momento não vale um relacionamento". Isso é lei. Se valer...bom, aí vai estar claro o valor desse ou daquele relacionamento para você.

Eu só sei que meu marido pode me colocar num polígrafo, fazer interrogatório, pode perguntar até pra Deus, que eu estou muito feliz e honrada de poder dizer de boca cheia (sem trocadilhos imbecis) que sempre lhe fui fiel, fidelíssima. Mas confesso, queridos leitores, que não acho isso uma virtude tão grande quanto se apregoa por aí. Ser fiel, aos olhos do pobvo, só parece ter valor por implicar em algum sacrifício, alguma resistência, alguma luta. No meu caso, foi e tem sido simplesmente muito fácil.

Porque quem ama de verdade, não trai.

sábado, setembro 12, 2009

Eu devia ter enchido a cara ontem

Devia ter bebido, me embriagado. Mas não. Fiquei toda preocupada em me poupar, em ter disposição...

pra quê?

Hoje levantei sem ressaca e vou dormir puta da vida.

Babaquice de mulher.

Estou me sentindo ridícula, fiquei puta com meu marido, virei o computador de "costas" pra ele e estou escrevendo aqui. Dando algumas pausas entre as frases pra ele achar que eu tô no MSN.

Até parece que tem alguma outra alma na net a essa hora. Pelo menos essas "almas"com quem eu gostaria de conversar. Renata, Loyana, Priscilla...mulheres comprometidas, que me entenderiam, ou me mandariam praquele lugar, mas melhorariam meu humor.

Sei lá. Tô muito f***** da vida. Tô até escrevendo um monte de palavrões, coisa que não costumo fazer.

Hehehehe, não deixa de ser cruelmente engraçado ver meu marido espiando minha cara de canto de olho. Ele não vê a tela do meu computador, mas está bem de frente pra mim. ÓBVIO que meu sangue FERVERIA se ele fizesse alguma piada de mau-gosto desse tipo comigo, mas como você acha que estou, aqui seca pra namorar um pouquinho com ele, toda arrumadinha, e ele vir com um papo de não estar a fim de sair..? Eu não sugeri atravessar a noite numa balada, queria tomar um sorvete, algo assim.

Se pelo menos a gente não estivesse passando uns tempos na casa dos pais dele, eu não estaria tão pê da vida. Estamos aqui há quase um mês. Alguém aqui imagina o que é passar quase um mês dormindo num quarto grudado com o dos sogros?

Nada pessoal. É uma questão de PRIVACIDADE e INTIMIDADE, coisas que eu valorizo muito.

Agora ele mandou beijinho, tá tentando "fazer as pazes", pediu pra eu não ficar brava. Vou pensar muito no caso, e provavelmente vou continuar mega-frustrada até ele se tocar e levantar a bunda da rede. Aí, eu juro, esqueceria tudo. Ficaria feliz, feliz.

Poxa vida, é meu marido, o único homem que eu amo nesse mundo...é LÓGICO que eu fico enfezada se ele "não tá a fim" de sair. QUEM não fica enfezado quando o amor da sua vida tá nessas?

Agora, quando EU estou nessas e de TPM, eu posso até exagerar. Mas me sinto com vontade de sei lá o quê. Quebrar tudo, sair berrando. Ainda bem, nessas horas, que eu não dirijo. Acho que seria capaz de sair e ir encher a cara de sorvete sozinha. E isso, claro, pro relacionamento seria uma péssima idéia.

Eu nem devia estar escrevendo essas coisas, eu sei, mas ninguém vai ler mesmo, dane-se.

De TPM no sábado á noite.

Quero que se lasque. Tive uma semana de matar. Não faço a mínima idéia de porque preciso passar por isso.
Eu sou até capaz de tentar não descontar em alguém, mas fechar essas coisas dentro de mim não dá. Acho que nunca fui de fazer isso.
Não queria ficar aqui esta noite. Queria sair, botar a cabeça pra arejar. Queria um tempo com meu marido, e passei a tarde toda me arrumando, no fim não rolou e eu estou ainda mais irritada. Estou aqui, num sábado á noite, toda empetecada, escrevendo num blog que ninguém lê.

Tô com sono, mas tão puta que nem vou conseguir dormir tão cedo.


E só tenho essas linhas pra me ouvir.

sexta-feira, setembro 11, 2009

...

Cansei de vocês humanos. Vocês são malucos, incongruentes, inconstantes, incoerentes e não importa o quão interessante sejam , geralmente não passam de imbecis. (tá, a palavra é feia, mas começa com "im"...)

Destróem a natureza como se pudessem viver sem ela. Acham bonito ser feio. Nunca estão felizes com nada. Desperdiçam a vida toda obcecados em ganhar dinheiro para viver melhor. Quando? Quando o melhor da vida já tiver passado??

As mulheres, para se fazerem respeitar, não se dão o respeito. Ser mãe saiu de moda. O sexo- cúmulo da intimidade - virou um produto. Antes, os humanos trancavam seus diários ã chave. Hoje em dia, publicam na Internet.

As crianças não querem mais ser crianças. Desde cedo são adultizadas, erotizadas, massificadas. Aprendem que puxar o tapete é muito mais do que descobrir o piso. Na escola, lições de arrogância e preconceito. De que adianta o uniforme, se quem não usa o tênis da moda ainda vale menos?

Ser alegre é ser bobo. Sorrir é proibido. O amor não existe além dos contos de fadas. Ser gentil é ser trouxa. Ninguém vence na vida sendo honesto.

A comunicação humana decai na mesma proporção que os meios de comunicação avancam. É saudável ser raquítico. É legal ser ilegal. Exigem respeito sem respeitar os outros.

Tenho vontade de chorar, mas se souberem que choro pela humanidade, vão me chamar de louca.
É, eu sou louca. Isso tudo não tem jeito. Então, por quê esquentar a cabeça?


Quero estar na primeira fila pra ver a bomba H.

quarta-feira, setembro 09, 2009

9/9/9 - DIA MUNDIAL DOS BEATLES!


9. O número do novo, das novidades. Das 9dades! Número misterioso, predizendo as boas vibrações e as grandes mudanças que estão por vir. Nove de novembro, tudo novo novamente!!


E DAÍ?? O IMPORTANTE É QUE HOJE É O DIA MUNDIAL DOS BEATLES!!!

Viva John, Paul, Ringo e George!!
Viva os rapazes de Liverpool!!
Passei minha infância viajando no submarino amarelo, numa mágica e misteriosa viagem pelos campos de morangos eternamente...
Conheci a Lucy no céu com diamantes, e tive noites de dias difíceis...
Lembro de brincar na sala ao som dos vinis dos Beatles, usando um headphone maior que minha cabeça...
aprendi inglês no encarte de Magical Mystery Tour
Meu pai me convencia a comer maças olhando para o logo da Apple
E, se eu atravesso na faixa até hoje, é graças à Abbey Road.
O primeiro show em que fui na minha vida foi o Paul McCartney, no Pacaembu...
Minha filha chama-se Julia, não é por acaso...

E hoje é o dia de celebrar tudo isso!!!

FELIZ DIA MUNDIAL DOS BEATLES!!!

terça-feira, setembro 08, 2009

PikeNices! - Conclusões (II)

* Não importa quão cedo eu acorde, sempre vou levantar atrasada

*O shampoo sempre acaba quando é a minha vez de tomar banho

*Se o dia está um tédio porque não tem nada pra fazer, pode ter certeza de que o trabalho que aparecer será um saco. E virá pra mesa ás cinco horas da tarde.

*Trabalhos legais só aparecem quando eu estou entupida com milhões de outros trabalhos com prazo mais curto que são prioridade.

*A manteiga nem sempre cai pra baixo, mas as migalhas sempre fazem muito mais sujeira e se espalham muito mais do que um pingo de manteiga.

*A bateria do celular só acaba quando o papo está bom.

*Ou, se você está esperando alguém IMPORTANTE ligar.

*O filme é ruim na mesma proporção da sua empolgação para assistí-lo.

*Se for no cinema em Manaus, leve casaco para neve.

*Se for no cinema na Finlândia, vá com uma roupa bem leve.

*A pizza só demora se você está com fome.

*O ônibus só chega rápido se você acender um cigarro.

* Só aparece pouca gente na festa se você fez comida para um batalhão.

* Nunca tente desemperrar um zíper com os dentes.

Quem ama o feio...



Taí. A maior prova de que não existem padrões de beleza, afinal. Essas coisinhas horrorosas mais fofas do mundo, que justificam a lendária história da expressão "mãe coruja". Como alguém pode chamar de "feios" esses filhotinhos tão cuti-cuti?

Amo corujas. Ainda vou merecer ver uma Suindara voando por aqui.

quinta-feira, setembro 03, 2009

Figuras: "Dona Façanha"

Estou inaugurando uma nova "seção"nesse blog: a megaclichêzamente nomeada FIGURAS , onde dedicarei algumas parcas linhas para falar a respeito de pessoas er..."únicas", de certa forma. ( e "esquisitas" de qualquer jeito!).

Começo falando da dona da bodega aqui perto do meu trabalho. É uma tiazona descabelada, baixinha, nem gorda nem magra, tipo uma mistura de D. Florinda com Cascatinha. Se eu passo na bodega ás seis da manhã, ela está lá, debruçada no balcão, lendo jornal. Se eu passo ás oito, ela está lá, debruçada no balcão, lendo jornal. Se eu passo às três da tarde...adivinha só?

Pois é. Juro que eu já pensei que fosse um daqueles bustos de madeira decorativos. Só que a véia tá mais pra espanhtalho...

Mas o legal da D. Façanha é justamente a capacidade que lhe rendeu o apelido. Porque ela é tão simpática e bem-humorada que ela é capaz de realizar a façanha de atender os clientes sem olhar na cara deles. Mas isso é até uma boa coisa, porque olhar na cara dela significa levar uma encarada silenciosa que diz: "Você interrompeu meu jornal!"

Ontem, meu marido, como sempre, veio me buscar e parou na bodega da "Dona Façanha" pra comprar alguma coisa pra beber. E ali estavam reunidos alguns taxistas (não sei por quê, vive cheio de taxista ali, mas não tem nenhum ponto por perto). Eles estavam elogiando efusivamente as coxinhas da D. Façanha ( o salgadinho, bem dito! ), e os risólis, etc...E a Dona Façanha lá, nem te ligo, olhando um ponto no horizonte com cara de fita Teflon. Acho que se os tios estivessem falando que a comida dela era uma merda, ela ia estar com a mesma expressão sorumbática de frigideira fria depois que acaba a omelete.

Dona Façanha é a Miss Simpatia da região Norte. Dona Façanha é um ícone do atendimento manauara.Dona Façanha é uma figura!

quarta-feira, setembro 02, 2009

NEO- Essa vida é boa, mas eu odiei o final. Tem reembolso?

E ESTE






É o maldito asteróide que, DIZEM, um dia, se chocará contra a Terra.


No fim das contas, o mundo vai acabar por uma batata.

EM&Tantas lembranças..!

Não sei se já postei sobre isso antes (devo ter postado), mas bastou uma simples menção da minha amiga Priscilla pra eu entrar numa seqüência de flashbacks de um tempo muito legal na minha vida...Quando eu estudava na EM&T- Escola de Música e Tecnologia.
Eu me divertia absurdos na aula (com a maravilhosa Eliete Murari, e fora dela, dentro e fora da escola. Edu Letti,Edu Ardanuy,Jefferson,Faíska,Nilton Wood, Kiko, Kika, Paulinho, Vanessa, Ju... e mais tanta gente com quem dividi muitas tardes, noites, happy hours. Foi numa dessas que descobri o EMPÓRIO, o bar mais mequetrefe da cidade, onde ás vezes o garçom tinha que ir comprar a cerveja no supermercado (!!) e onde serviam licor de Kiwi num copo de requeijão cheio até a boca. Mas o som...Só diretoria!! Pelo nível dos freqüentadores acima citados, vocês imaginam o nível das "jams" que aconteciam por ali. E pouquíssimas pessoas testemunharam isso, já que o público do bar parecia restrito ao pessoal da Escola...Cada festa maluca eu vivenciei por ali!

Saudades do Taffo, de sua Rosa Branca que tantas vezes virou referência para os meninos brincarem com meu nome. Saudades dos eventos, de conviver lá dentro com meu irmão, meu melhor amigo, das risadas e histórias que vieram, passaram, mas ficaram na memória.

terça-feira, setembro 01, 2009

Criativa em Crise

Fazia tempo que não passava por um "branco" desses.
Estou há uma semana debruçada nesse computador sem que nada realmente digno de aplausos tenha passado por esse teclado.
E o pior é que não posso nem dizer que é uma crise de criatividade... Eu até tenho alguma das minhas típicas boas idéias aqui ou ali... Só não consigo criar para o que IMPORTA, como os benditos jobs na minha mesa.

Tenho feio os anúncios mais meia-boca da minha carreira. É vergonhoso.

Agora, preciso escrever um roteiro de 3 minutos e meio para o festival Curta 4ponto5. Quero inscrever dois roteiros. Um já está pronto, apesar de eu ter achado meio bostinha. Minha chance vai ser o segundo, que tem que sair ainda hoje. Amanhã vou inscrevê-los.

Droga...


Queria uma lâmpada acesa.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Twittando...

Guardem bem esta data: 27 de Agosto de 2009. Neste dia, rendi-me ao Twitter.

E ACHEI UMA PORCARIA!!

Putz treco sem graça, não dá pra entender nada do que está acontecendo, todo mundo fala ao mesmo tempo, é uma grande linha cruzada. E eu sou do tempo em que linha cruzada era defeito.

Fui seduzida por aquela história da Xuxa, que além de só escrever besteira, tem uma filha de 11 anos que escreve "cena"com "s" e ainda tem nego achando normal. Bom, num mundo que pergunta d ond vc tc? deve até ser. "Eu num xei nda dissu nhaummmm..!"

As pessoas poderiam estar se comunicando melhor que nunca, mas estão cada vez menos dispostas a praticar a boa comunicação. Sou eu quadrada demais ou tá tudo indo pro espaço?

Anyway, não posso mais ser acusada de me recusar a evoluir. Já estou no Twitter.

(mas vou continuar por aqui).

segunda-feira, agosto 24, 2009

Tragédia a beira do caminho.

Ontem, voltando para buscar nossa filha após um cansativo dia de preparativos para a mudança, meu marido perguntou se eu não queria ver como havia ficado o apartamento. Concordei, sem muito entusiasmo: a curiosidade era grande, mas o cansaço era maior.
No desvio do caminho, os destroços de um acidente: um Palio Weekend vermelho, todo retorcido. Impacto em alta velocidade, sem dúvida. O instinto de urubu do Biludo falou mais alto, e ele quis parar o carro para ver de perto. Muitos curiosos fizeram o mesmo. Nenhum carro de resgate por perto. Concluí que já deviam ter removido as vítimas.

Engano. Ao me aproximar do que sobrou do carro, um homem entre a vida e a morte, mais próximo dessa última, estava preso ás ferragens. Afastei-me antes que visse mais do que eu não queria ver, e foi só pelos comentários que eu soube da moça de rosto mutilado, e do bebê de seis meses que fora retirado e levado pelos populares. Em quais condições, desconheço.

Chega o carro de bombeiros. A ambulância. Duas motos de apoio. Socorro. Papai bebeu demais.

Não ficamos para ver o fim da história.À morte trágica se opõe o esforço heróico dos bombeiros. Ao pai de família se opõe o homem irresponsável. À um alegre passeio de domingo opõe-se a bebida.

Á esta conclusão, opõe-se a mídia.

Quase trinta

Não há um só dia em que eu não pense que estou chegando aos trinta anos. Mesmo assim, inegavelmente adulta, ainda não consigo "realizar" minha situação de mulher casada, mãe de família, trabalhando as 8 ás 18. Ainda gosto de fantasiar sobre o que quero ser quando crescer.

Quando tinha nove, dez anos, olhava as garotas de 15, e pensava "um dia, serei como elas, terei essa aparência de moça"

Quando tinha quinze, sonhava com os 18, com uma independência utópica: "aí sim, serei adulta! " pensava.

Com 18, achava "velhas" as mulheres de 25. Mas me sentia muito nova ainda. Não me dedicava muito aos estudos nem me preocupava com futuro profissional. "Ainda é muito cedo pra decidir o que quero na vida!" , filosofava.

Com 25, grávida, assistia empaticamente docimentários sobre gravidez na adolescência. Sempre levava uma meia hora até eu me tocar de que não era bem o meu caso...

E hoje, aos 28, me recuso a acreditar que, finalmente, eu cresci (bom, pelo menos envelheci). Dá pra ver no espelho, e eu dou risada ao descobrir os ainda mínimos sinais so tempo. É engraçado envelhecer, quando não acreditamos na idade.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Doida talk

Ok, vamos ocupar a hora do almoço com coisas úteis.
Eu já nem sei mais por quê continuo me preocupando em atualizar isso aqui. Ninguém mais "bloga". Todos os dias, me sinto tentada a migrar pro Twitter, mas não consigo abandonar esse Blogger. A verdade é que eu não quero, gosto da idéia de ter toda uma fase decisiva da minha vida num endereço só *risos*
Por outro lado, perdi um pouco daquela ânsia de escrever postagens interessantes, que atrairiam algum leitor pra cá. Ninguém lê mais isso há séculos.

Também, falar sobre o quê? Que eu acho que esse mundo tá perdido? Que a humanidade é doida? Que eu não entendo por que os outros não me entendem, e ás vezes me pergunto se sou muito mais doida do que eu acho que sou..? *risos*

Meu marido adora dizer que eu sou doida. Acho engraçado, porque eu entendo de onde ele tira essa idéia, mas não importa o que eu faça ou como tente, não consigo explicar pra ele que não é bem assim *risos*.

Bom, se eu sou doida, pelo menos eu sou uma doida de muita sorte. Isso ele admite: eu tenho sorte pra caramba. Vai ver é por isso que eu me divirto com a vida que levo.

Eu sou feliz comigo mesma, e você?

De bob no serviço

Mais uma vez (e já foram tantas, desde que esse blog está no ar! ), tenho que admitir:

ODEIO procurar emprego, mas sempre esqueço como gosto de trabalhar!

Num momento de ócio aqui na agência, fico remexendo arquivos de fotografias. Coisas bizarras desde mundo.
Inventando moda, criando jingles ofensivos que não vou apresentar nem pros meus colegas de criação.
Lendo panfletos sobre produtos que ajudo a vender, mas eu mesma jamais compraria (embora eu REALMENTE tenha me interessado por um carrinho de varrer elétrico).
Bagunçando minha mesa, achando que isso me faz parecer ocupada.

Vendo as horas passarem...observando melhor um ambiente que nunca tenho tempo de analisar.

É, aqui até que é legal.

DESCOBRI!!

Já sei porque tanta propaganda de cerveja mostra um cara horroroso ou tosco cercado de mulher bonita...
É que cerveja faz isso, mesmo: deixa o cara gordo, barrigudo, com a língua presa... e enxergando qualquer baranga como uma deusa...

Taí... quem disse que não é uma propaganda verossímil!?

quarta-feira, agosto 05, 2009

"Hoje é o seu dia, que dia mais feliiiiiiz..!"

Hoje é aniversário de um dos meus melhores amigos, que está fazendo 21 anos. E, para comemorar, planeja uma festa que, se não vai mobilizar a cidade, pelo menos já tá mobilizando nossa turma *risos*. Até a minha filha de 2 anos entrou nessa: passou o dia com a gente correndo atrás de coisa pra festa. "Lounge" na piscina, sonzinho "chill-out" iluminação de velas, tochas, luz negra...Olha, se sair metade do que estamos esperando, vai ser bem legal! *rs*. Eu acho que nunca vou me esquecer do aniversário dele de 18 anos. Uma das festas mais "chuta-balde" que já fui na minha vida... hehehe!
Gosto desse menino. Acho que é porque em muito, me lembra meu irmão. De uma certa forma, ajuda a enganar a saudade, que só aumenta, ainda mais agora que a distância não é só física...Pra quem cresceu em dupla, esse deserto de uma companhia divertida e confidente é duro de agüentar. Claro, meu marido, minha filha... Mas irmão... é outra coisa. Quem tem, sabe.

Minha felicidade é um pouco menor, sem ele.

domingo, agosto 02, 2009

Por quê escrever blog??

Queria poder publicar tudo o que está se passando pela minha cabeça, mas não posso. Incrível, ninguém visita isso aqui, mas vê lá: é eu escrever uma coisinha, dar uma pisadinha de bola... Pode ter certeza: o mundo todo vai saber.

Eu que sei, porque já passei por isso. Crucificada por dizer algumas "verdades que incomodam". Verdades sobre mim mesma, ainda por cima. Porque, bem ou mal, eu sou aquilo em que acredito, minhas palavras, ações e atitudes. Eventualmente, posso me calar, mas não farei isso sempre. E, pior ainda, não posso finger ser o que não sou, nem concordar com o que não concordo só para ter a aprovação e o reconhecimento de pessoas - na maioria das vezes, de pessoas que sequer se importam comigo de verdade.

E se este tipo de atitudes sempre me foi desprezível antes, hoje ainda mais, porque eu encontrei muito mais amigos entre pessoas que me aceitam como sou agora, e conseguem apontar e me aconselhar sinceramente quanto aos meus defeitos. Sem sarcasmos, ironias e maledicências.

Só lamento. Lamento inclusive porque minha principal forma de reagir ao sarcasmo e a ironia, é ignorando completamente :)

Se não güenta... *risos*

sábado, agosto 01, 2009

...

Posso postar só por postar?
Posso escrever só pra desabafar?
Nem sei o que está abafado, se é grito se é gemido
Ou mesmo se algo está perdido
Escrevo por escrever, pra sentir o gosto das palavras
Pra adivinhar o som que fazem quando ditas
Rimar até com batatas fritas
Quando falta a inspiração.
E,se não mais que de repente
Esvai-se a bateria da gente
Melhor que este post vergonhoso
Seja publicado imediatamente

sexta-feira, julho 31, 2009

"A mulher precisa de um motivo para trair. O homem, só precisa de uma mulher."

Assistindo a um documentário sobre infidelidade conjugal, apareceu essa frase que resume quase tudo. Digo "quase", porque já observei que, para muitas mulheres, o "motivo" é simplesmente ser "vadia".

Homem ou mulher, quem trai é, no mínimo, mau-caráter. Fidelidade é para poucos. "Se não güenta, por que veio?". Nem assuma compromisso. Pra quê? Se prender, sofrer e magoar o outro?

O mundo anda tão liberal, ninguém mais discrimina solteirões, garanhões, solteironas e "mulheres de carreira". Sexo já não tem que ser com amor. Pra quê hipocrisia?

Sei lá. Sou grilada com esse papo. Essa é a verdade.

Ás vezes quero fugir do mundo. E esse é um dos maiores motivos.

Novos Verbetes Para o Dicionário Joollyah-Português

Cecelo: Chinelo, sandália
Poquilos: Sucrilhos
Poponja: Bob Esponja
Cicina: Piscina
Pióca: Tapioca
Bouo aate: Bolo de chocolate
Bebela: Libélula
Mióca Touolaka: Minhoca-Touro do Alasca

Reinventando!

Quero refazer esse layout. Que me perdoem os desiludidos, mas eu nem pareço mais com essa foto...*risos*

Mas continuo a cara do tigrinho aí no título!! Hehehe!

Vou ter de reaprender a escrever coisas divertidas e bonitas, pra galera voltar a comentar aqui. Se bem que, hoje em dia, ninguém mais lê blog...Lê? Agora é tudo Twitter, Facebook, no mínimo um Orkut... Até coloquei um feed do blog no Orkut, mas ninguém mais lê, mesmo. Tá todo mundo muito ocupado mostrando a cara nas fotos. Ninguém mais quer "conhecer os outros por dentro". Esse barato da "verdadeira comunicação" da Internet acabou faz tempo. Que coisa..!

Tudo vai muito rápido. O mundo gira tanto que já dá até pra sentir o "ventinho" da evolução.

Memórias...

Sabe o que é engraçado..?

Olhando no arquivo, na primeira página desse blog...Ele começou exatamente, mas exatamentezinho, dia, mês e ano, em que minha vida toda começou a mudar pra sempre. E eu, claro, não tinha a mínima idéia disso.

No começo, era só um "amor de férias"... Eu estava encantada e triste por ter finalmente descoberto que estava muito apaixonada por alguém que se apaixonou por mim também...Mas esse alguém teve que ir seguir sua vida longe de mim, e, no fundo, eu relutava em aceitar que isso não daria certo. Essa história de relacionamento à distância não daria certo. Não pra nós.

Quando comecei a escrever este blog, com certeza não se passava pela minha cabeça que a saudade (e a maluquice), me levariam a segui-lo, dois meses depois...

...Nem que voltaríamos, tempos depois...

...Nem que nos separaríamos, um ano mais tarde...

...Ou voltaríamos após seis meses..!

Não sabia que eu engravidaria...
Que um anjinho nasceria...
Que teríamos muito a superar...
Que nos casaríamos...
E voltaríamos para o início...
Para reencontrar um recomeço..!

Não sabia que minha vida mudaria tanto, nem que EU mudaria tanto...
E está tudo aqui, de uma forma ou de outra. É engraçado.
Final feliz? Que mané final!! *risos*
Eu quero é começar tudo de novo!!!

FELIZ VIDA NOVA!!

Minha vida COM acentos!!

Alô, pessoal!
Depois de muito, muito tempo, posso prometer que voltarei a atualizar`este blog com uma certa freqüência... Afinal, CONSEGUI OS ACENTOS PARA O MEU COMPUTADOR!

Para quem não sabe, há cerca de... sei lá, forever, eu estava trabalhando com esse laptop e, por algum motivo técnico que só um técnico pôde resolver, ele estava sem acentos. Por isso eu estava com "vergonha" de atualizar o blog. Pega supermal o blog de uma redatora sem acentos...Não?!


Hehehe... e pensar que eu cheguei a ir trampar com essa máquina, escrevendo roteiros oficiais com isso... Era um Deus-Me-Acuda : antes de escrever um "é", por exemplo, eu tinha que escrever a palavra "café". Assim o corretor automático do word reconhecia e acentuava...Aí eu apagava o "excesso de contingente alfabético", e pronto!!! Toda essa "treta" só por um acento agudo..!

Mas agora, isso mudou! Agora EU TENHO ACENTOS!!

Pena que perdi todos os leitores dessa página...

sexta-feira, março 20, 2009

A PONTE de Virginia Rosa

Como é que faz pra lavar a roupa?
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte
Como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte

A ponte não é de concreto
Não é de ferro não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu
pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente atravessar
Caminhar sobre as águas desse
momento

Como é que faz pra lavar a roupa
Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia
No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte
Como é que faz pra sair da ilha?
Pela ponte, pela ponte

A ponte pode ser qualquer direção
A ponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar
com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente atravessar
Caminhar sobre as águas desse
momento

Nagô, Nagô
Na Golden Gate, eu falei
Nagô, Nagô
Na Golden Gate, eu falei
Nagô, Nagô
Na Golden Gate

terça-feira, março 10, 2009

Produza, produza, produza!

Ah... a sensacao de ser util, mesmo quando nao estamos de fato fazendo merda nenhuma!! *risos*
Estou gostando de trabalhar aqui, mesmo nao recebendo todos os feedbacks que eu queria. Digo, eu faco os trabalhos e demoro pra saber se ficaram bons ou nao. Isso me deixa ansiosa. Gosto de saber os resultados na hora. E, quer saber, detesto ficar sem nada que fazer. Mas nao tem problema, eu fico aqui enrolando. Passando vergonha nesse teclado desconfigurado *rs*.

O unico problema e que as cadeiras sao muito baixas. Acho que preciso de uma cadeira exclusiva pra mim *rs* Prefiro nao encostar os pes no chao do que ter de levantar os bracos para digitar.

terça-feira, março 03, 2009

De volta a ativa..!

Ta, e uma vergonha o blog de uma redatora ser escrito desse jeito, sem acentos nem cedilhas, mas, de boa: to muito a fim de escrever e sem paciencia nenhuma de tentar reconfigurar esse teclado.
Apesar de ninguem mais ler, comentar, dar a minina para esse obliviado blog, EU continuo escrevendo. Registrando. Deixando o rastro digital de minha desinteressante vida.

Quer dizer, desinteressante pros outros, ja que, pra mim, eu sou a pessoa mais interessante do mundo! Hehehe!


Depois de um carnaval dos diabos em Paracuru (fica no Ceara, mas nao se sinta alienado: antes desse feriado eu tambem nem sabia que existia), voltei a trabalhar!! Estou dando uma de redatora publicitaria remunerada numa agencia aqui em Manaus. Hoje e meu segundo dia, to sem nada pra fazer e estou me divertindo. Minha verborragia nao me permite parar. Se nao me dao trabalho, eu invento..! *risos*

Tinha ate esquecido o quanto eu gosto de fazer o que faco. Parece ate engracado pensar que vou receber pra isso...hehehe

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Sinfonia Paulistana


(Billy Blanco)

Fazendo som com as estrelas, ligado no sideral
Por Maria, fez poemas, nas praias do litoral
As ondas contaram ao mar, por isso é que os oceanos
No mundo inteiro cantados, cantarão mais cem mil anos
E o homem entre mar e céu, tem canções por todo lado
Louvado seja Anchieta, pra sempre seja louvado
Navegante tem cantiga, que aprendeu no mar um dia
Qualquer rota que ele siga, se não canta, ele assobia
Cabelos cor da noite, pele de alvorada
Cacique entregou ao branco, a filha amada
Raízes de Brasil, chegaram até aqui
Abençoado o colo dessa mãe antiga
Por 400 anos feitos de cantiga, naquele doce embalo
Da canção Tupi
Na tez de uma paulista em cheiro de floresta
A cor de jambo é a índia, que ninguém contesta
De uma altivez que o Império nunca vira
É a tradição, é a raça, é a nossa origem
As coisas da história de São Paulo exigem
A honra que se faça ao nome de Bartira, Bartira
Era tudo, era o nada rio acima
Que o paulista no peito ia vencer
Pra fazer mais Brasil do que existia
Já um tempo era pouco pra perder
Reunindo oração e despedida na partida da horda triunfal
Caçador da esmeralda perseguida
Foi fazendo a unidade nacional
Bandeiras, monções
Já se dava por glória ao que se ia
Porque mal se sabia se voltava
E a benção levada já servia
De unção para quem por lá ficava
Nas monções quem seguia, na verdade
Já partia cheirando à santidade
Quem não via esmeralda ou não morria
Povoava cidade mais cidade
Bandeiras, monções, São Paulo
Que amanheceu trabalhando
São Paulo, que não sabe adormecer
Porque durante a noite, paulista vai pensando
Nas coisas que de dia vai fazer
São Paulo, todo frio quando amanhece
Correndo no seu tanto o que fazer
Na reza do paulista, trabalho é Padre-Nosso
É a prece de quem luta e quer vencer
Bastante italiano, sírio e japonês
Além do africano, índio e português
Tudo isso ao alho e óleo, temperando a raça
Na capital do tempo, tempo é ouro e hora
Quem vive de espera, é juros de mora
Não tem mais-mais nem menos, ou é sim ou não
No máximo se espera pela condução
Nas retas da Rio-São Paulo, chegando, chegando eu vim
Paulista é quem vem e fica plantando, família e chão
Fazendo a terra mais rica, dinheiro e calo na mão
Dinheiro, mola do mundo, que põe a gente na tona
Leva a gente ao fundo
Sim, senhor, sim, senhor, sim, senhor
Faz a paz e a guerra, traz a Lua pra Terra
No mais aumenta a barriga do comendador
Dinheiro, juras e juros, erguendo todos os muros
Pra ele próprio depois, derrubar, derrubar
É a voz que fala mais forte, razão de vida e de morte
Também só compra o que pode comprar
São Paulo, que amanhece trabalhando
Casais entram no elevador
O fino pra curtir um som: ran ran, ren ren, ron ron
A noite é sempre uma criança, é só não deixar crescer
Assim existe esperança, no amanhecer
São coisas da noite, anúncios conhecidos
Que enfeitam a cidade, em movimentos coloridos
Alguém vem do trabalho, do baralho ou do que for
Do La Licorne ao Ceasa, de alguma coisa do amor
Tem sempre mais um, que vem pela calçada
Na bruma que esconde quem sobrou na madrugada
Dei tempo ao tempo, o tempo é que não dá
Tenho que estar pelas sete, no Viaduto do Chá
Olha o Sol, olha o Sol, cadê o Sol? Onde o Sol?
Sumiu, sumiu, sumiu
Quando amanhece, o Sol comparece por obrigação
Nublado, cansado, um Sol de rotina
Se bem ilumina, nem dão atenção
É que o bandeirante não perde o seu tempo
Olhando pro alto, o Sol verdadeiro está no asfalto
Na terra, no homem e na produção
A cor diferente do céu de São Paulo não é da garoa
É véu de fumaça, que passa, que voa
Na guerra paulista das mil chaminés
São Paulo, que amanhece trabalhando
Começou um novo dia, já volta
Quem ia, o tempo é de chegar
Do metrô chego primeiro, se tempo é dinheiro
Melhor, vou faturar
Sempre ligeiro na rua, como quem sabe o que quer
Vai o paulista na sua, para o que der e vier
A cidade não desperta, apenas acerta a sua posição
Porque tudo se repete, são sete
E às sete explode em multidão:
Portas de aço levantam, todos parecem correr
Não correm de, correm para
Para São Paulo crescer
Vão bora, vão bora, olha a hora
Vão bora, vão bora, vão bora, vão bora
Olha a hora, vão bora, vão bora, vão bora
Que o tempo não espera, a vida é derradeira
Quem é vai ser, já era de qualquer maneira
O mundo é do "eu quero"
Quem me der é triste, tristeza basta a guerra
E o adeus no amor
Você onde é que estava quando o tempo andou?
Na terra que não pára, só você parou
Vão bora, vão bora, olha a hora
Vão bora, vão bora, vão bora, vão bora
Olha a hora, vão bora, vão bora, vão bora
O que vale é a versão, pouco interessa o fato
Porque a sensação maior é a do boato
Em coisa de um segundo, noite é madrugada
Notícia ganha o mundo, e a gente não é nada
Você onde é que estava quando o tempo andou?
São Paulo nunca pára, mas você, parou
Vão bora, vão bora, olha a hora
Vão bora, vão bora, vão bora, vão bora
Olha a hora, vão bora, vão bora, vão bora
São Paulo que amanhece trabalhando
Na Praça do Patriarca, rua Direita, São Bento
Na Líbero Badaró, no Viaduto do Chá
Lá está aquele moço, que não dá ponto sem nó
Na conversa bem jogada, vai vendendo geladeira
Pra esquimó curtir verão
Papo firme é isso aí, desse dono da calçada
Rei da comunicação
Olhe aqui, dona Teresa, o produto de beleza
Que chegou da Argentina, examina, examina
De brinde pra seu marido
Nova pomada pra calo que resolve a dor de ouvido
Tem Parker 73, compre uma e ganhe três
Nem paga o justo valor, mais outra ali pro doutor
Leve a lei do inquilinato, mesmo não sendo inquilino
Morar na lei é um barato, e ele prova à sua maneira
Que um ataque de besteira, faz de um doutor um otário
Cursando numa avenida o vestibular da vida
Para ser bom empresário
Ser do São Paulo, do Corinthians e Palmeiras
É ter o fino em futebol durante o ano
Em tênis, remo, natação, nas domingueiras
Bom é Pinheiros, Tietê ou Paulistano
Com Ademir, com Rivelino no gramado
Com rei Pelé e suas jogadas de veludo
Não pe de graça que São Paulo é chamado
Melhor da América Latina em quase tudo
Pró-esporte, pró-esporte é a solução
Pró-esporte, pró-esporte contra a poluição
Lá por setembro o estudante nos ensina
Aquele esporte pelo esporte que não cede
E o meu Mackenzie, dá um show com a medicina
Na grande guerra que se chama MacMed
No corre-corre mundial estamos nessa
Os Fittipaldi estão aí para dizer
Só em São Paulo que é a terra do depressa
A São Silvestre poderia acontecer
Pró-esporte, pró-esporte é a solução
Pró-esporte, pró-esporte contra a poluição
São Paulo jovem, dos que promovem velocidade
Nos seus cavalos, de roda e ferro, na sua forma de liberdade
O peito agarra, a costa de aço
Que deu garupa na Yamaha, no upa-upa
Feito de abraço e muito amor
São Paulo jovem, na mesma cela
Vão ele e ela, por onde seja
Deus os proteja, pelos caminhos da vida em flor
Tem coisas da Ipiranga, da Itapetininga, até da São João
Às vezes também dá
Puxar o show, o chope, o uísque, boa pinga
E o molho das mulheres que transam por lá
Tem loja, tem butique, tem pizzaria
Boate, restaurante, até casa lotérica
É rua que de nada mais precisaria
Com todo aquele charme do Jardim América
América, rua augusta
E agora, já é hora
E ninguém vai embora, embora de lá
Rua augusta, e agora, já é hora
E ninguém vai embora, embora de lá
Bartira e João Ramalho nunca imaginaram
Que a tanga e a miçanga vinham outra vez
Agora nos diriam vendo que acertaram:
Valeu o nosso amor, pelo amor de vocês
E a moça vai passando, e ninguém vê mais nada
Quando ela vai na dela, é pra machucar
É a paulistana boa, despreocupada
De short ou minissaia, pondo pra quebrar, pra quebrar
Rua augusta, e agora, já é hora
E ninguém vai embora, embora de lá
Na sinfonia, que é de todos os barulhos
De Santo Amaro, ao Brás, ao Centro, ao ABC
Por Santo André, Vila Maria até Guarulhos
Grande São Paulo, como eu gosto de você
São Paulo, que amanhece trabalhando
São Paulo que não pode amanhecer
Porque durante a noite, paulista vai pensando
Nas coisas que de dia vai fazer...


SAMPA, TE AMO!!!

sábado, janeiro 03, 2009

Lavando a roupa suja do mundo...

Deus meu...o que acontece com a humanidade?

O que adianta toda essa movimentação contra a pedofilia, se cada vez mais cedo ensinamos nossas crianças (sobretudo meninas) que o importante é ser bonita, sensual e ter os homens a seus pés?

Do que adianta comprar maconha do tráfico e fumar pra "ficar em paz"?

Qual o sentido de propagandear a solidariedade em meio á política do egoísmo?

Até quando teremos que pagar pela nossa fé?

Sei lá, algumas coisas me magoam tanto que eu gostaria de nem pensar nelas. Nem pra protestar. Porque não adianta nada. Talvez alguns protestos meus soem até hipócritas, porque afinal, é isso: pra sobreviver nesse jogo, por mais sujo que seja, é preciso seguir algumas regras.Ás vezes precisamos lamber a mão que nos açoita. Como na hora de pagar impostos. Sinto que pagamos imposto para comprar carrão e casa de praia pra políticos fazerem orgia ás nossas custas. Mas, se não pagar, o sonegador é você. É triste, é ridículo. O dia que permitirem que todo o nosso imposto seja aplicado conforme nossa escolha (adoção de instituições e famílias carentes, realizações de obras assistenciais e de infra-estrutura via iniciativa privada, apoio á educaçõ, etc) eu vou querer ser a primeira a pagar caro por isso. Preferia pegar toda a grana do imposto e comprar cestas básicas pra distribuir pessoalmente entre quem precisa. Nunca vou achar que paguei caro demais se puder ver o sorriso de cada um que receber minha ajuda.

Meu sonho é ser uma mãe despreocupada, que quando a filha sai pra se divertir, pode ficar tranqüila e confiar nos valores sólidos que passei a ela. Queria que mais pessoas, sobretudo da minha geração, pudessem enxergar como é maravilhoso ter uma família, se comprometer com um casamento, achar que infidelidade e negligência são coisas absurdas e nunca colocar a carreira em primeiro lugar.

Seria tão bom se todos fossem capazes de reconhecer os verdadeiros amigos, as pessoas que valem a pena, e dedicarem-se mais a elas. Deixar cair por terra os preconceitos e abraçar quem precisa e quem merece. Deixem cair por terra os padrões sociais, culturais, estéticos e intelectuais, pois somos todos humanos, e o que importa é um caráter reto e um coração gentil. Há muitas pessoas por aí que valem a pena, esperando dar e receber um bom conselho, uma boa companhia, por quê tantas vezes nos cercamos de gente egoísta, fútil, manipuladora, chantagista, falsa?

Por outro lado, se condicionar minha felicidade a esse sonho, talvez eu passe por essa vida apenas sonhando. Fazendo o que posso eu deleto, excluo, elimino. Varro para longe de mim- na medida do possível - tudo e todos que não valem a pena. Um dia, se Deus quiser, estarei cercada apenas por pessoas das quais eu tenho boas coisas a dizer e a lembrar. Pode ser meia dúzia - mas aquela meia dúzia pelas quais colocaria minha mão no fogo sem hesitar.

Não vou citar nomes porque isso é sempre ma armadilha, mas fico feliz em ter facilmente na cabeça muito mais do que apenas meia dúzia de familiares e amigos que admiro e amo, sinceramente, sem reservas. Mesmo quando dor e mágoa cruzaram nossos caminhos, até no sofrimento pudemos encontrar lições de evolução. São essas pessoas, essas situações que me fazem ter esperança de um dia, poder ter um coração mais tranqüilo.


Mas também tem horas que eu queria só jogar uma bomba nisso tudo.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Tão fácil te querer,2009!

Ano Novo em Itapecirica, chácara do Nandão, aquele clima irresponsável e festivo de sempre! Eu no maior sono, mas mesmo assim foi divertido...aquela bagunça e papos de doido, o Nandão saltitando que nem uma estrela do mar levando choque. A festa só terminou no fim da tarde, de volta á Sampa, no primeiro dia do ano, chegando em casa junto com a chuva de verão.



VOU TE ABRAÇAR DE VERDADE, 2009!