sábado, fevereiro 26, 2011

Quando a gente não anda...a vida EMPURRA.

O sonho começou e terminou em datas festivas. Da descoberta da gravidez- a segunda, desejada, esperada, confirmada, festejada! - a outra descoberta trágica: um coraçãozinho de 11 semanas que parou de bater em meu ventre, deixando partido o que há 30 anos em meu peito.

Não, não consegui tomar nenhuma atitude na hora que não fosse chorar, lamentar, buscar uma culpa que não havia onde encontrar. Acho que nenhuma mãe espera conhecer a dor de perder um filho, nenhuma gestante espera outro momento que não seja o parto. Tentar descrever aqueles sentimentos é doloroso e desgastante para quem passa por isso, e inútil para quem nunca passou. Só se aprende vivendo. Vivendo e aprendendo. E tudo é aprendizado. Rezei até encontrar o novelo que me conduziria ao fim do labirinto escuro do luto, onde encontrei a gratidão. Nunca eu me senti tão sozinha- e nunca me foi tão óbvio que tenho amigos verdadeiros. Nunca eu me senti tão desamparada - e nunca eu reconheci tanto o apoio recebido. Nunca eu me senti tão fraca e culpada - e nunca havia conhecido tão intensamente a força do perdão.Nunca eu senti tanta dor - e nem conhecera tamanho alívio.

Ao sair do hospital, não estava mais grávida nem carregava um bebê no colo. Mesmo assim, senti o pulsar da nova vida.

Fui eu que renasci.

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