sábado, agosto 20, 2011

Quem diachos é Norma?

Eu sempre fico com uma péssima impressão do mundo quando leio na primeira página do jornal uma matéria sobre o erro de continuidade na cena da novela.

Ok que pelo jeito o erro aconteceu justo no clímax do último capítulo da novela de maior audiência- mas ainda é uma novela! Juro que eu não queria ser a autora, a editora e muito menos a atriz num momento desses. Mas ainda é um erro sem importância durante uma...novela. Hellooo... aquilo tudo é de mentirinha!

Novelas são seriados, só que com menos charme e mais encheção de linguiça?

sábado, julho 09, 2011

Engraçado, né...

Quanto mais coisa a gente tem pra dizer, parece que fica mais difícil sair...
Quanto mais medo a gente tem, mais paralisado e adormecido fica, como se o golpe fatal não doesse tanto...

Aliás, engraçado nada, não tem graça nenhuma.

Como num momento a gente está bem, e no outro...não.

Como tudo é cristal num instante, no outro é caco.

Como eu queria alguém, alguéns, todo mundo, o mundo inteiro pra ouvir agora o que eu quero tanto dizer, mas me calo, porque não quero falar.

Quero lembrar de esquecer certas coisas

Esquecer de lembrar certas coisas

Que não consigo esquecer

sábado, julho 02, 2011

Trabalhando...

É sábado a noite e eu não devia estar aqui. Eu devia estar em qualquer outro lugar, me divertindo em Canoa Quebrada com um abacaxi cheio de suco de frutas na minha frente, pés molhados do mar e ombros quentes do abraço do meu amor. Eu devia estar num lugar enluarado, mas o máximo que tenho agora são as estrelas pintadas no teto do quarto,estrelas que eu mesma pinei- uma por uma - num passado nem tão distante.

Sentada numa cadeira de plástico, encarando o site de uma empresa que DEFNITIVAMENTE precisa de uma nova roupagem. Analiso o problema, desdobro as opções, seleciono as soluções- quais?

Preciso pensar no que os outros pensam, mas de um jeito diferente. Publicidade é isso, engolir o que todo mundo engole, mas mastigar de um jeito diferenciado para se destacar na multidão.

Já tentei umas oito mil abordagens diferentes para o negócio e ele simplesmente não funciona. Essa é a hora de fazer mágica: apostar na originalidade com baixíssimo orçamento. Ou, porque não, orçamento ZERO. Criatividade não tem preço.

Já pensei em apelar pro pessoal. Fazer um blog sobre o dia-a-dia de uma suposta funcionária, sei lá. Criar uma espécie de relações públicas virtual online. Uma personagem de redes sociais. Tenho vontade de aplicar isso. Só que exige tempo - e tempo online, concentrada para fazer isso, eu não tenho. Nem pra falar da minha própria vida real de carne e osso (e uns pneuzinhos), eu tenho tempo. Situação no mínimo bizarra para quem costumava escrever verborragicamente até pouco tempo atrás.

Pensei em fazer um videolog. Só uma coisa: eu tenho vergonha da câmera. Não me sinto tão nervosa se é uma câmera profissional de TV, mas se é a porcaria da MINHA câmera, eu acho a situação tão ridícula que não consigo continuar. Ou pelo menos, publicar. Confesso que tenho uns vídeos guardados, de mim fazendo coisas e dando depoimentos para a câmera, mas eu me sinto tão idiota fazendo isso, que não tenho coragem nem de assistir. #prontofalei

Ou poderia apelar para o humor ultrapopular: eu faria o papel de uma mulher que queria ter nascido homem para poder ser travesti. E revelaria ao mundo minhas ambições políticas e estéticas através de vídeos de três minutos no youtube.

Aí é que tá, eu acho que um personagem desses poderia ofender alguém, e eu gosto de humor "censura livre", pra todo mundo poder assistir e ter uma opinião. Pode ser uma piada universalmente tosca, mas pelo menos, não fere a memória de ninguém...

Como chamar a atenção das pessoas na Internet? (sem apelar pra baixaria)

Pensando...

sexta-feira, maio 20, 2011

Estou triste.

Sei lá, sinto que minha vida, afinal, não teve tanta graça assim. O que eu fiz de bom? O que eu fiz de grande?.
Não sou engraçada pra ser humorista, não sou inteligente pra ter feito nada notável. Não sou bonita do tipo que pagam pra ver. E daí?

Qual minha graça...pra quê eu ainda fico escrevendo aqui, ninguém lê...

Sei lá.

sexta-feira, abril 29, 2011

Polêmicas Conjugais: A pasta de dentes

-Quer saber de uma coisa? De agora em diante vou começar a ser bem sincera com você. Eu ando de saco cheio do mundo e já estou cansada de ficar fingindo ser quem eu não sou, tentando ser quem os outros esperam de mim, então acho que aqui em casa, no nosso casamento, já chega!
-Tá de saco cheio do mundo por quê, amor? - perguntou Caio.
-Sei lá, tá tudo do avesso, tudo errado...- Eu levantei e fui escovar os dentes. Olhei a escovinha ordinária que havia comprado quando cheguei. Por culpa dela, eu estava com uma afta doloridíssima. Suspirei fundo e soltei mais umas "verdades".
-Nunca compre essa escova de dentes. Kess. É horrível. Eu não sei o quanto você pagou por ela, mas não vale nem um Real. É péssima!!
-Ah, então quer dizer que não foi nem pelo preço que você comprou?
-Não... tipo, era a da "promoção" .
-A promoção pode ser de qualquer preço!!
-Pois é, mas aí eu olhei..." Não é uma Oral B, uma Colgate, uma Johnson...". Então eu já tinha mais ou menos noção do preço. Não é a primeira vez que compro escova de dente, oras..! - lamentei- Fui pela cor bonitinha, o design fofinho... não, foi mais pela cor bonitinha, mesmo...
Enquanto pensava, comecei a espremer o tubo de pasta de dentes com o cabo da escova. Eu sempre faço isso. Boto toda a pasta no mesmo canto do tubo.Não tenho culpa se não dá pra enrolar o excesso de tubo!!
-Por quê você faz isso com a pasta?
-Isso o quê?
-Isso de deixar a pasta desse jeito! porque não simplesmente apertar só o tanto necessário para sair a pasta.. Ou alisa assim, ou aperta bem no meio!
Ah, não... íamos ter OUTRA discussão sobre o tubo da pasta de dentes!!
-Amor... deixa eu explicar uma coisa: eu sei que sou mais nova que você, mas também sei que tenho a memória melhor: durante boa parte da minha vida os tubos de pasta de dente eram de alumínio: apertou, não volta mais.
-Mas o que tem...
-Calma: naquele tempo, a gente tinha que manter toda a pasta juntinha, do mesmo lado da saída do tubo, pra não ter desperdício. Pense nos milhões desperdiçados em pasta de dente todo ano..! Pior ainda! Pense nos aterros sanitários contaminados por pasta de dente que ficou perdida dentro do tubo..! E quando abria por baixo, então...
-Tá, tá, tá...
-Isso, beleza, não entremos nesses detalhes, ok. De qualquer forma, a questão é bem simples: eu deixo o tubo assim porque eu quero. Mais ainda : porque eu posso . Eu posso deixar o tubo de qualquer jeito, e é EXATAMENTE por isso que eu o deixo assim. Te incomoda?
Mas o coitado, de dentro do box, nem ia ter chance de retrucar! Eu estava num momento mágico, a verdadeira oportunidade de desentalar uma coisa que se mete em nossa relação desde os primórdios! Eu adoro empurrar toda a pasta para um lado só e ver o tubo lisinho. Sei lá, sou uma saudosista do alumínio, gosto da visão do tubo vazio, não sei, a verdade é que eu não sei explicar o por quê, só sei que gosto do tubo daquele jeito, e toda vez que eu escovar os dentes, provavelmente o alisarei daquela maneira. Ou isso, ou o apertarei bem ao meio.
-Bom, eu disse que ia começar a ser sincera...Não vou mudar meu jeito de apertar a pasta, é isso aí. E que não seja esse o motivo do fim de nosso relacionamento. Se fosse no tempo do tubo de alumínio, ele nem começaria...

Eu costumava apertar bem no meio. Imagina só a arrelia que isso era em casa, nos tempos do tubo de alumínio. Por isso, adquiri esse hábito de juntar toda a pasta de dente na ponta do tubo. Sempre, até que se tornou mecânico. Ok, depois de uns anos, com o advento e popularização do tubo de plástico, meu hábito pode ter se tornado dispensável, mas ainda assim, inofensivo. Não gostou do tubo achatado, espreme aí!
Então, meus olhos localizaram a caneca de cerâmica vermelha da Coca-Cola, que o Caio adora usar de "porta-escova-gilettes-pasta-e-pincel" do banheiro. Aquilo é como uma espinha na testa do meu banheiro no dia da formatura. O banheiro é todo bonitinho, até as toalhas combinam, o gabinete cinza, o box fumê, tudo sóbrio, adulto, sofisticado... e aquela canecona vermelha com o logão da Coca-Cola dando um colorido Restart* no ambiente..!

Aliás, que fique aqui registrada mais uma vez uma das maiores dúvidas legítimas de todos os tempos: como pode que os maiores ícones do imperialismo capitalista como Coca-Cola, McDonald´s e Marlboro, sejam vermelho-comunismo?

-Tá vendo? Eu disse por quê aperto a pasta desse jeito. Agora me explica o motivo dessa caneca estar aqui, quando todas as forças da natureza contribuem para ela NÃO estar!

Eu lutei muito contra aquela caneca. Tentei desde escondê-la a barganhar sua presença ostensiva no mármore da pia. Em vão. Um dia, após muita discussão, Caio Luiz deu sua palavra final:

-Esta caneca vai ficar aqui porque eu quero!

Resolvi deixar quieto, então. Afinal, a casa é dele, a caneca é dele, se ele não se incomodava com aquela aberração comemorativa ali no banheiro, exibindo aparelhos de barbear quase sorridentes na pia, firmeza... Eu deveria lidar com isso muito melhor que ele. Credo, Rosimilia, cê tá virando uma daquelas peruas malucas..!

A discussão acabou por ali. E eu ainda fiquei sem saber o motivo real da caneca na pia. Talvez seja um símbolo, tipo, para "marcar território". Alguma coisa naquele banheiro tem que ter a "cara" dele. Não que eu ache que ele tem cara de caneca, mas não me surpreenderia se ele mesmo achasse que tem. Caneca tem tudo a ver com o espírito corporativo que ele incorporou (agh, que frase idiota). Talvez seja isso, inclusive, que me incomoda tanto: o corporativismo da caneca...

...Mas isso é assunto para o post abaixo.

Emboscova

Outro dia eu e meu digníssimo tivemos (mais uma) discussão sobre o banheiro. Como todos sabemos, o banheiro é aquela nova Acrópole do casal, onde cada um recebe conhecimentos intensos sobre o outro, e templo da paciência e convivência familiar, onde todos os pecados são purgados espiritual e fisicamente.
No capítulo anterior foi mencionada a tal caneca vermelha que meu marido decidiu transformar em item de banheiro. Até aí, tudo bem, mas o problema é que para ele, não basta ser útil, tem de ser DECORATIVO! E, vamos e venhamos, aquela caneca não é nada estética


Pia do banheiro com e sem a tal caneca e o desodorante que ele insiste em querer que fique em cima da pia. Como concessão, permitimos que a colônia fique exposta, devido a seu frasco discreto e harmônico com o ambiente.

É uma caneca feiosa, vermelhona, que ficou esquecida na mesa de trabalho de um ex-colega de trabalho do meu marido. Na verdade era uma colega, a Jô. Gente boníssima, pessoa legal mesmo. Se fosse só pela lembrança dela, eu até veria algum sentido em deixar a caneca lá. Muito embora algo me diga que é uma homenagem estranha preferir deixar a caneca no banheiro. Coisa estranha ter lembrança dos outros no banheiro, que eu acho que é o único lugtar em que a gente nunca quer muito lembrar de ninguém, quer mais é esquecer que os outros existem. Mas até que hoje em dia, com um monte de opções interessantes para esse sanitário cômodo (ou será um cômodo sanitário?), é impossível não considerar alguma dessas novidades para agradar um aniversariante ou até mesmo uma querida casadoira. Rádios para banheiro, mesas de laptop para vaso, kits de pia enfeitados com flores, glitteres, pisca-pisca. Tem até cortina plástica de Box que serve como porta-retratos. Vire-a para dentro e você pode ter todos os seus amigos e parentes como platéia para seu banho.
O que passa pela cabeça de alguém que presenteia um amigo com uma escova de privada, por exemplo? “Olha, quando der alguma bosta, pode contar comigo?”
N-O-B-A-N-H-E-I-R-O. Poderia deixar no escritório, onde eu acho que ela até estava. E estava ótima lá, totalmente integrada com a decoração vermelho-Ferrari do ambiente. Não tinha nada de ir parar no meu banheiro!


Não tem nada a ver com a decoração do banheiro. Além do quê, a presença daquela caneca ali encoraja o Sr. Caio Luiz a fazer coleção de lâminas de barbear descartáveis. É incrível como ele ainda tem coragem de guardar a escova e a pasta na mesma caneca! Eu não coloco a mão ali de jeito nenhum, é a maior armadilha!


Escova de dentes sendo coagida por seus colegas afiados

Fala sério. Pra quê alguém mantém 1, 2, 3, 4...CINCO aparelhos de barbear em uso? Se ele ainda fosse todo lisinho, praticante de natação, metrossexual, careca do ABC, sei lá, ainda talvez faria algum sentido... Mas peludo do jeito que é – DEFINITIVAMENTE, nada justifica essa convenção de giletes na minha pia. É anti-estético, anti-ético e anti-higiênico.
Não é a primeira vez que discutimos a presença dessa caneca sobre o mármore do gabinete. Acontece que, da vez passada ele encerrou a discussão dizendo que a caneca ficaria ali por vontade e decisão dele.
Na época, eu concordei, quer dizer: eu me conformei em não tirar a tal caneca de lá. Porque ele tinha razão; ele é o homem da casa, tem o direito de querer que algumas coisas sejam daquele jeito e pronto, oras... Justo ele que tantas vezes se queixou que a decoração não tem nada a ver com o nosso estilo...
Nossa casa foi decorada pela minha sogra. Ela tem esse “dom”, esse bom-gosto para deixar tudo bonitinho. Como eu nunca liguei para isso, claro que não tenho noção nem pra deixar as coisas do jeito que eu quero. Quem conheceu nossa primeira casa em Manaus que o diga. Ok, eu não achava que a fachada ia ficar com aquela combinação bizarra de cores, que o telhado ia ficar tão pouco prático, ou que as 25 almofadas na cama iriam ser mais um incômodo que um conforto. Mas, pelo menos estava exatamente como eu havia decidido... hehehehe!
Por isso mesmo, resolvi aceitar de bom grado tudo o que ela sugerisse para a decoração da nova casa. Fosse como fosse, pelo menos eu teria certeza de que ficaria bonito. E ficou chiquérrimo, lógico. Por isso mesmo eu me esforço para me expressar o mínimo possível no ambiente, até poder fazê-lo com classe...

...cuja definição não abrange canecas vermelhas de brinde!

domingo, abril 24, 2011

O pinheiro da Rua Tapés

Quando era criança, a caminho da casa de minha avó, sempre parava para observar um pinheiro alto, tão alto que seu topo parecia tocar o teto do céu. Vai ver era por isso que seu pico se curvava amassado pelo limite do infinito.
Anos depois, já adulta, por algum motivo passei novamente por aquela rua onde durante anos não havia caminhado. Do outro lado da rua, olhei para o pinheiro, que ainda estava lá. Seria o mesmo? Não poderia ser. Sua copa não era muito mais alta do que tantas outras árvores comuns na vizinhança.
Na esperança de sanar a duvida, atravessei e fui colocar-me bem debaixo do pinheiro. Olhei então para cima, e ai sim, reconheci a encantadora arvore de minha infância: apontando para o zênite e para o chão ao mesmo tempo, com sua ponta ainda caída.
Os anos passados em nada modificaram o velho pinheiro. E muito pouco acrescentou a minha baixa estatura. Mas pela primeira vez eu conseguia notar a revolução que haviam causado em meu ponto de vista. Percebi que pela primeira vez, eu estava do outro lado da rua. De acordo com o caminho que tantas vezes trilhara, de minha casa a casa de minha avó, eu nunca precisaria passar pelo outro lado da rua. E, acomodada nesta lógica, acho que acabei esquecendo de que sempre pude, a qualquer momento, atravessar a rua. Mudar meu ponto de vista, ao invés de acreditar na obrigatoriedade de sempre contemplar o pinheiro de baixo para cima.
E percebi também que esta mudança não poderia afinal vir de uma simples epifania. Para atravessar a rua eu precisei crescer para não estar mais presa a mão de minha mãe, por necessidade nem por medo. Precisei ter vontade e opção de refazer aquele caminho que já não necessariamente levava a lugar algum desde que minha avo se mudara. Precisei do acaso que me colocou do outro lado da rua. E da forca de um velho habito: o de olhar, infalivelmente, para o pinheiro. Tudo isso me levou a finalmente, colocar uma antiga situação sob a luz de uma nova realidade. E a compreender.
Nem o passado e imutável.As transformações do nosso presente definem nosso futuro e constantemente alteram nossa percepção das experiências vividas. Tristezas podem virar aprendizado. Dificuldades se transformam em superações. Riscos se convertem em recompensas. Ou conseqüências.
E tudo, por fim, tornam-se lembranças. Como o pinheiro alto de ponta torta, que hoje não existe mais.

Não interessa...

Lendo uma matéria da Veja sobre os efeitos do aquecimento global nos 40 anos passados, comecei a pensar sobre o quanto a humanidade ainda é jovem e pequena no conhecimento da Natureza. Nos gabamos de já ter ido tantas vezes a Lua a ponto de declara-la “território conhecido”... Mas até hoje não há nenhuma explicação definitiva para o por quê dela existir e influir tão fortemente nas pessoas e nas marés. Sabemos que as coisas são assim, mas ainda nem começamos a pensar o porquê de serem. Tenho a impressão de que essa pesquisa, esta busca, parece uma questão até agora muito mais religiosa do que acadêmica, sendo que mesmo o cientista mais pragmático e inteligente do mundo teria de admitir que, após um certo ponto na fisiologia da Terra, ele não sabe o que pode ter acontecido um nanosegundo antes de até onde ele sabe. Até para os ateus, Deus começa onde termina o que chamam de ciência.O que eles não percebem é que qualquer crença, qualquer valor, qualquer conhecimento ou idéia na qual o descrente baseie sua existência, é, na verdade, uma descoberta humana do mecanismo divino. Einstein traduziu para a física alguns destes mecanismos. Você pode não acreditar em Deus, mas não pode negar que energia é igual à massa vezes a velocidade da luz ao quadrado. Isso é uma forma de compreender uma espécie de lei divina, que os humanos deram o nome de “fórmula”, e muitos pensam que é uma invenção deles. Criacionistas e evolucionistas sentem o vento, sentem frio, fome, vontade de acasalar.Tudo o que existe sobre a Terra está sob efeito da gravidade, e todo ser vivo depende de H2O para sobreviver. Não importa no que cada um acredite: ambos são regidos pelo mesmo princípio de vários nomes: Ciência, Natureza, Deus. Talvez o correto seria dizer que todos buscam a ciência da natureza divina, já que todos os seres humanos estão buscando a mesma coisa: o conhecimento sobre esta mecânica comum a todos os seres, o princípio definitivo entre tudo o que existe.
Mas a verdade é que a humanidade até agora não decifrou totalmente nem a própria história. Sabemos que os egípcios, por exemplo, construíam pirâmides, mas não sabemos direito nem como e nem por quê as construíam naquele formato. Descobertas de Pirâmides no Egito, múmias incas, pinturas rupestres e fósseis de dinossauros são considerados “avanços da ciência”, mas deveriam ser apenas uma lembrança à humanidade do quão lentamente ela vai fazendo suas descobertas, e do quanto perdemos em documentação de eras passadas, seja por desgaste, catástrofe ou mesmo eventos desconhecidos. Toda a tradição, cultura, crença e valores de um povo, seja em que região ou época, não é nada além de sua interpretação particular das leis universais, de acordo com as condições fisiológicas de cada habitat. O que foi transmitido de gerações para gerações através dos tempos, permanece. O que foi deixado de pensar e se transmitir, perece.
Vejamos o caso da roda: invenção tão genial, tão perfeita e tão útil que revolucionou a história de toda a humanidade, e conseqüentemente, do planeta. Hoje, não existe uma pessoa sequer no mundo que consiga imaginar a vida sem a roda. Mas ninguém mais faz a mínima idéia de quando e onde surgiu a primeira roda. Muita gente sabe quem inventou o cinema, o avião, o computador, o i-pod. Ou mesmo quem descobriu a energia elétrica ou quantas civilizações antigas utilizavam água encanada. Mas ninguém mais lembra quem inventou a roda. Aposto que Cleópatra também já não soubesse.
Há uma teoria de que os Incas da América do Sul não utilizassem a roda, porque a forma redonda era considerada sagrada por este povo que adorava o Sol. Como podem ter construído Macchu Picchu sem usar uma roda, uma carroça? Não teriam pensado os Incas que talvez a redondeza da roda poderia estar justamente sinalizando uma ferramenta sagrada que iria auxilia-los nas mais diferentes tarefas? Ou talvez esta limitação fora justamente a responsável pelo desenvolvimento da tecnologia misteriosa dos Incas, que até hoje nos intriga e fascina?
Não sabemos quem inventou a roda, não sabemos como os Incas se viravam sem ela, não fazemos a mínima idéia por quê o calendário Maia termina em dezembro de 2012. Mas tenho um palpite de que isto acontece devido a completa falta de noção que o ser humano tempo de tempo.
Pense em uma quantia de um milhão em dinheiro. Como dinheiro é um elemento um tanto abstrato, eu posso escolher várias formas de representa-lo fisicamente. Pense em um milhão de reais em notas de R$ 100. Vamos supor que eu mostre estas notas para alguém e peça para a pessoa adivinhar quanto dinheiro tem ali. Se não for uma pessoa acostumada a lidar com valores dessa magnitude em espécie, dificilmente ela acertará. Sinceramente, eu nunca vi um milhão de reais em dinheiro vivo, e provavelmente nunca vou ver. Mas vamos fazer de conta que eu realmente precise ter uma dimensão da situação, para um filme, por exemplo.

Um senhor viúvo, pobre e extremamente simplório vive num lugar afastado perto de uma cidade pequena, com seus cachorros, sem ter muitos amigos. Seu objeto de estimação era um exemplar antigo do “Tio Patinhas”, que um filho que foi tentar a vida na cidade grande um dia trouxe de presente, como uma grande novidade, antes de nunca mais voltar. Toda semana, o caipira viúvo vai á cidadezinha comprar mantimentos e fazer uma fezinha na loteria. Um dia, ele ganha um milhão de reais e vai buscar o dinheiro. Na hora de receber, pede o valor em dinheiro vivo e acha pouco dinheiro. Pede para a caixa pagar em notas menores. Ela faz montes de notas de R$50. Ele ainda acha pouco. A mulher oferece de 20, de 10. Qual o volume de um milhão de reais em notas de R$5? E em moedas de R$1? R$ 0,50? R$ 0,25? Um centavo..?!?

Claro que a idéia do velho é nadar no dinheiro. Sonho maluco que ficou tendo de tanto ler o gibi do Tio Patinhas. É um desses curtas de comédia dramática. Provavelmente termina com o velhinho morrendo de infarto mergulhado em dinheiro – dinheiro que ele não cobiçava por nada, além do sonho de nadar em cédulas. Alguma lição de moral incorruptível com o propósito justamente de ser mal-interpretado por alguns como uma demonstração de ganância. Seja como for, o roteiro não importa, o que eu quero é que você visualize o figurino e me auxilie a fazer idéia do tamanho a que pode chegar um milhão de reais. Porque mesmo não tendo esta noção, ainda podemos experimenta-la.


Mas... e quanto ao tempo? Você acha que tem noção de tempo? Como explica a nítida impressão de que os anos passavam mais devagar na sua infância? O que parecia um período de dez anos quando estávamos no primário? Dez anos eram uma eternidade. A humanidade toda pareceu superestimar sua capacidade de evolução tecnológica: achamos que, nos anos 2000, os carros voariam. Não foi bem assim: é que na verdade ninguém percebeu em 1970, por exemplo, que os anos 2000 chegariam tão rápido.
Não percebemos o quanto o planeta está sofrendo também porque não temos muita noção de como era melhor no passado. Em termos de aquecimento global, por exemplo, ou de poluição. Achamos que o caos está longe, porque não temos comparativo. Para mim, o Rio Tietê, em São Paulo sempre foi poluído. É algo “normal”. Estranho é ver fotos e ler depoimentos de pessoas que nadavam nele, participavam das regatas...Aposto que estas pessoas é que não acham nada normal que hoje você não pode entrar ali, é um rio morto sem peixes ou plantas, que pode matar quem entra em seu chorume. Essas pessoas, se ainda existirem, decerto estão muitíssimo idosas. Mas aqui em Manaus eu ouço histórias de pessoas da minha idade ou pouco mais velhas, contando sobre o Balneário do Parque 10, e de como era gostoso nadar no igarapé do Mindu: um córrego fedido aqui perto de casa, onde, se ainda existe até algumas espécies de peixes e plantas convivendo com o lixo e os resíduos, ainda assim não dá pra imaginar ninguém nadando ali.
A crise ambiental é irreversível porque é muito rápida. Vai vencer a humanidade antes que esta compreenda sua dimensão. E isto acontecerá pela noção distorcida que temos do tempo, e de como isto afeta toda a história.
Evolucionismo e Criacionismo coexistem e se opõe devido a um simples fato: ninguém consegue se lembrar como tudo começou. Diz a Bíblia que o mundo foi criado em sete dias, mas quem disse que estes dias tinham 24 horas como hoje? Se cada hora fossem milhares de anos, por exemplo, não precisaria haver discordância entre as duas correntes de pensamento: não haveria dúvida de que Deus criou o homem como ele é: porém, aos poucos, adaptando-o, melhorando-o, até estar apto a ser chamado de ser humano. Talvez o que a Bíblia chama de “barro”, seja a extensa linhagem de primatas, e seres anteriores a eles que evoluíram, até chegar no homem dotado de uma estrutura física e cerebral adequada para comportar o espírito. Este primeiro homem, este primeiro humano dotado de espírito, seria Adão.
E Eva, contam que foi retirada da costela de Adão: “não da frente ou de trás, mas do lado”. Isto poderia ser uma espécie de metáfora poética para demonstrar que Eva foi feita do mesmo material que o homem, isto é, saiu da mesma linha evolutiva. Porém, sua missão é um tanto diferente e completa a do homem. Um homem pode seguir sozinho, mas só será verdadeiramente completo com uma mulher. Assim como a mulher também pode seguir sozinha, mas só poderá ser completa com um homem. Porque homens e mulheres têm como um de seus poderes, o de serem pais, e isto requer necessáriamente, uma participação igualmente importante de ambos.
Feminismo, racismo, qualquer tipo de preconceito ou competitividade entre os sexos é mera corrupção inventada pela própria humanidade e não deveria ser levada a sério. É puro atraso de vida.Homens e mulheres são diferentes e complementais, como os dois lados de uma moeda. Só existe o dia porque existe a noite- agora compreendo esta idéia de forma mais clara que nunca. Equilíbrio. Só somos humanos porque somos machos e fêmeas, e somos todos manifestações de uma só força, como criacionistas e evolucionistas admiram a obra de um mesmo princípio de pontos de vista diferentes. A realidade é apenas uma ainda que os pontos de vista e interpretações sejam inúmeros. E serão, de acordo com as influências as época e do ambiente. A medida que a tecnologia avança e o estilo de vida muda, são perdidas tantas memórias da humanidade. Saber em que circunstâncias surgiu a roda, ou mesmo se foi inventada ou “descoberta”, seria revelador para sabermos mais sobre muitos aspectos do ser humano, porém, num mundo onde a comunicação era truncada, a documentação era escassa, a luta pela sobrevivência ocupava 100% do tempo e as invenções eram muito mais importantes do que celebrizar seus inventores, esta informação perdeu-se. E depois a construção das pirâmides, Stonehedge, a tradução dos hieróglifos, a Ilha de Páscoa. Algo desconhecido acabou com os dinossauros, o que será? Talvez tenha sido a mesma coisa que aconteceu com os Atlantes?
Estas civilizações foram grandes, evoluídas, recentes na história do mundo. Mas mesmo sobre elas, sabemos tão pouco, como queremos acreditar que um dia poderemos conhecer tudo sobre o Universo, colocando tanto a perder em tão pouco tempo?
Banhando-me nas cachoeiras e explorando as grutas de Presidente Figueredo, no Amazonas, imagino por quanto tempo as águas tiveram que correr ou gotejar por aquelas pedras para esculpi-las daquela forma. Não acredito que aqueles lugares eram tão diferentes há duzentos anos. Mas o que sei eu sobre duzentos anos, já que posso não viver sequer a metade disso? Pensar que aquelas grutas estão ali desde muito antes do Brasil ser descoberto. Quem teria sido o primeiro homem a chegar ali? Talvez poderíamos saber quem foi o primeiro aventureiro, o primeiro português, o primeiro proprietário que se apossou daquelas terras, mas jamais saberemos se foi e quem foi um índio,um fenício, um aventureiro pré-histórico. O homem conseguiu perder até mesmo a Arca da Aliança, criando dúvidas sobre sua existência. Dia a dia, ano a ano, milênio a milênio, a humanidade escreve e apaga a sua história. Isso cria um atraso enorme em seu conhecimento sobre o mundo. Perdemos tempos com guerras, ideologias, embate de idéias, quando ganharíamos muito mais se trabalhássemos em colaboração e harmonia , preservando a história e somando resultados. A humanidade globalizada já sabe que somos todos iguais, porém não admitem isso, não colocam isso em prática. Ao invés de buscarem afinidades em seus pontos fortes, apóiam-se em seus pontos fracos para atacar e dominar os outros.
A humanidade é imediatista.E é essa ânsia, essa necessidade do “agora” que distorce sua percepção do tempo e irá custar-lhe caro. É mais fácil jogar uma lata pela janela do carro do que esperar encontrar uma coleta de material para deposita-la. Não tem noção de que, provavelmente demorará mais tempo para o ecossistema recuperar-se da contaminação por aquela lata, do que demorará para que seus netos ou bisnetos sofram com os efeitos da poluição. O ser humano atual não tem expectativa de vida que ultrapasse muito os cem anos. Por isso, não é capaz de ter noção do que são mil deles. Dez longas vidas é um período inconcebível para quem está convicto de que só há uma, e é muito curta.
Precisamos, mais do que adquirir respeito pela humanidade, aceitar que somos todos criaturas de um mesmo princípio criador, e não podemos ir contra Ele, sob pena de sofrermos as conseqüências individual e coletivamente. E talvez a forma de sermos humildes perante a Natureza seja compreender que talvez nunca a decifremos completamente.

(09/10/2009) - Pipocas

Hoje de manhã, minha filha Julia, de dois anos e meio, acordou mais cedo, antes que eu terminasse o grosso da faxina do apartamento – coisa que só consigo fazer enquanto ela ainda está dormindo, e não me obritando com suas perguntas – e pedi, educadamente, que ela ficasse sentada assistindo o DVD da “escola de Princesinhas” pela 9.645.233 vez. Prometi que, se ela o fizesse, ganharia pipoca mais tarde (ele AMA pipoca). E ela concordou. E – melhor ainda – cumpriu a promessa.
Bom, lá vou eu pagar a minha parte, então.Fui fazer pipoca para ela. E chamei-a junto, para olhar. Eu entendo por quê ela faz questão de olhar: eu lembro que eu também era cheia dessas coisas. Outro dia, assistimos juntas a um ciclo completo da máquina de lavar. Tá rindo, é? Pois é, hoje em dia eu também não faço a mínima idéia de por quê alguém ficaria assistindo a uma coisa destas. Maaaas...Eu confesso que lembro de ficar. E lembro de gostar disso. Aliás, é bem vívida a minha lembrança de estar com meu irmão, sentada na máquina de secar, assistindo a ciclos completos de lavagem da lavadora de roupa. Eu lembro até que imitávamos o barulho que ela fazia: “Tchu-tchu-tchuuuu..!” (se meu irmão ficar envergonhado e me desmentir, eu chamo nossos pais de testemunha!)
Aí, tive uma idéia: pedi-a para procurar a pipoca. Queria “testar”o quanto ela conhece da nossa casa. Logo, ela foi me arrastando para a cozinha, e na cozinha, apontou para o armário. Pedi para que ela abrisse o armário e pegasse a pipoca. Ela abriu o armário, mas me pediu para pegar a pipoca. Acho que desconfiou, pois sempre que ela tenta mexer no armário, ouve um “NÃO MEXE!”. Disse que ela podia ir em frente e ela começou a procurar.
Logo de cara, achou um copão de plástico, daqueles onde se colocam as fichas nos cassinos ( eu nunca fui num cassino, mas já vi esse mesmíssimo copo num filme, e sei que aquele copo na mão da Julia veio de um cassino em Lãs Vegas). Distraiu-se com o compo : “Olha! Gandão! Tem cartas..!”... Lembrei-a que o foco da procura eram as pipocas umas duas vezes, mas depois fiquei observando o que ela faria. Ela foi até o bebedouro, colocou um pouco de água no copo, bebeu, me entregou o resto e voltou a procurar as pipocas. Fico imaginando se passou pela cabeça dela algum pensamento assim: “Olha! Que copo diferente! Como deve ser beber água nele?”
De volta ao armário, Julia continuou procurando e chamando: “Pipocaaaaa...cadê você..!?”. Resolvi auxilia-la:
-Olha, filha, está neste pote! – e lhe mostrei um pote de plástico cheio de pó de sucos, sopas instantâneas, temperos desidratados e envelopes afins. As pipocas de microondas eram as últimas coisas no pote. Mas a Julia foi direto a elas, sorrindo:
-Ah, achei! Taí, pipoca!- E me entregou, triunfal, o envelope.
Comemoramos. Eu abri o pacote, desdobrei o envelope das pipocas e coloquei no microondas. Apertei a TECLA PIPOCA ( o grifo é em homenagem a ele: perguntemno sobre esse grande avanço da tecnologia!) e peguei a Julia no colo para que ela observasse a transformação do envelope chato num prático e saboroso saco de pipocas. A Julia vibrava : “Que gandão!”, e quando o microondas apitou ela mesma declarou : “Tá pronto pipoca!”
Enquanto aquele pacote inflado e aromatizado de manteiga esfriava, fiquei lembrando do que aconteceu em minha vida em todas as vezes em que pedi para minha mãe fazer pipoca para mim: ela pegava uma panela , colocava óleo (ás vezes manteiga ou bacon) , colocava o milho e sacudia a panela até não ouvir mais os estouros. A maior sensação em preparo de pipoca lá em casa foi quando popularizaram aquela panela pipoqueira cuja tampa tem uma manivela.
Depois de pronta, a pipoca era colocada geralmente numa bacia de plástico ou “tupperware”. Isso, é o que eu tive como “fazer pipoca” por praticamente 26 anos. E, na casa da minha mãe, ainda é assim até hoje.
Mas, depois que saí da casa de meus pais, nunca mais tive uma pipoqueira. E como a Julia na época tinha pouco mais de cinco meses, pode-se dizer que, tecnicamente, a única noção de pipoca que ela tem é muito, mas muito diferente da que a que eu reconheço como a mais familiar e legítima. Para ela, pipoca é um envelope que se coloca numa geringonça que não esquenta, apertamos um botão e esperamos um pouco. Dali sairão pipocas fumegantes, já acondicionadas num prático saco. É só abrir e comer.
Sei não, mas se na minha infância me descrevessem um processo desses, eu ia achar que era coisa de desenho dos Jetson...
O mesmo, penso, poderia dizer da sopa instantânea, dos sucos em pó e dos caldos em cubinhos no armário. Não que isso não existisse na minha infância. Mas era tão comum na minha casa quanto na casa de infância das nossas avós, acho. Meus pais nunca gostaram de nada disso. Era muito raro ver um cubo de caldo ou um envelope de suco na despensa. O velho microondas – que, ao que me lembre nunca passou justamente desta função: ser uma máquina de fazer pipocas – existe até hoje, ocupando o posto de “armário de guloseimas” na cozinha. Não é ligado há tanto tempo que ninguém sabe se ainda funciona.
Comecei a perceber o quanto a realidade da infância da minha filha é diferente da minha. E como será ainda mais diferente sua adolescência e maturidade. Se é tão diferente assim num ritual tão simples quanto fazer pipoca, imagine em contextos sociais mais significativos. Nesse momento, imaginei que deve caber à mim manter essa consciência, e me esforçar a, numa maneira condizente, sempre acompanhar essas mudanças, conhece-las, aceita-las, senão mudar com elas. Para poder estar sempre em sintonia com o pensamento de minha filha e da realidade atual, seja ela qual for. É um pré-requisito básico para qualquer um que pretenda uma carreira longa e de sucesso em qualquer área. E eu pretendo investir bastante em maternidade! Acho que porque, no mínimo, tive uma boa mãe. Não uma mãe perfeita, mas uma mãe cujos conselhos e valores tiveram toda a valia nas minhas maiores decisões, e eu acho que isso foi reflexo de uma boa criação que recebi de meus pais. E nunca tive dúvidas de que eles fizeram o melhor possível por nós. Tive uma infância e uma adolescência ótimas, cheias de interesses saudáveis.
Não que eu ache impossível, mas me pergunto: será que isto é saudável? O mundo de hoje em dia, sob todos os sentidos, está mesmo só piorando? A humanidade está mesmo se tornando a cada dia menos viável? Seremos extintos por problemas a longo prazo causados por nós mesmos?
Não só a poluição, mas os vícios sociais, a ganância, a vaidade a qualquer custo, a vulgarização da mulher, os conflitos religiosos, o preconceito...
A sociedade idolatra pessoas que nada fazem para o bem da espécie. Pelo contrário. As mulheres acham normal expor-se por dinheiro, e ninguém sente-se pessoalmente ofendido pela corrupção na política. O casamento não é mais sagrado e a mulher que recusa-se a casar e ter filhos para comprometer-se apenas com o dinheiro e a aparência é vista como um exemplo de independência. De que adianta quebrar tabus e desprezar os valores verdadeiros ao mesmo tempo? A cada passo que a tecnologia humana dá pra frente, a moral da humanidade dá dois para trás. É muito legal ser ecologicamente correto, promover a sustentabilidade, abraçar a causa dos recicláveis e apoiar o modo de vida dos povos da floresta. Mas não seria muito mais legal se o meio ambiente tivesse sido respeitado desde o princípio? Imagina como seria o mundo se nunca tivesse sequer passado pela cabeça de um ser humano, poluir um rio, jogar um lixo na rua, soltar gases venenosos na atmosfera. Será que estaríamos menos ou mais avançados tecnologicamente? Imagina se fôssemos obrigados a, desde o princípio, criar nossas ferramentas e sistemas com impacto ambiental próximo do zero. A que pé estaria a vida na Terra agora? Será que ainda assim, estaríamos em frangalhos por causa de guerras ideológicas? Como seriam as guerras ecologicamente corretas? E por quê elas aconteceriam?
O que motivou as primeiras guerras não-territoriais da humanidade? Como surgiu o preconceito e a intolerância? Existiam homens preguiçosos na pré-história? Como era no passado, que nos trouxe ao presente dessa forma?
Tudo isso parece distante, desimportante, mas fica assustadoramente real quando faço pipoca para minha filha.

Nuvens...

Do que são feitas as nuvens?

De açúcar, marshmallow,
De espuma de sabão
No meu tempo de criança
Eram bolas de algodão.
Vapor branco, condensado.
Pingos d’água em suspensão.

Mamãezinha, “não viaja..!”
Nuvem não é branca, não.

Isso não é nuvem, minha filha.
E só cinza e poluição...
As nuvens, se ainda existirem.
Estão muito alem da visão
Antes ficavam baixinho
Se chovesse: que diversão!
Bebíamos água da chuva
Pulando em poças do chão.

Mamãe, água vem da torneira...
Nasce em um garrafão.
Ouvi dizer que a chuva
Dá câncer e corrosão.

Filha, não diga bobagens..!
Mas, mãe, me explica então:
Se o nosso planeta era lindo
Quem foi o grande vilão?

Foram a ganância, a cobiça.
O egoísmo e a ambição
De um povo que condenou
Toda uma geração
O grande inimigo, filhinha.
É a falta de educação
Do homem que não reconhece
Outro homem como irmão
Destruir o próprio habitat
É o oposto de evolução.




E tem conserto, mamãe?
Espero que tenha, neném.
Pois assim como eu vi o mundo
Desejo que vejas também.
Para saber pra onde vai,
Precisas saber de onde vem.
Reencontrar o Divino
Amar sem olhar a quem
Voltar às nossas origens
Pelo caminho do bem.

(26/03/2009)

sexta-feira, abril 15, 2011

MERCHANDISING DE OCASIÃO: "BORRACHARIA BAR"

(colaborou Pietra Arantes Maeda do Magrazine )

Além do trocadilho espertinho com o espanhol coloquial (borracho= bêbado), o Borracharia oferece uma seleta carta de vinhos, cachaças e cervejas, acompanhados pelos mais deliciosos petiscos elaborados pelo chef Alê Gurmê. A decoração é inspirada em borracharias e oficinas mecânicas da Zona Leste de São Paulo, fotografadas por Anita Esther e expostas por todo o esstabelecimento, ao lado de pneus,ferramentas e calendários Pirelli.
O proprietário, Randón Moreira Guimarães se orgulha de dizer que fez "laboratório" para criar seu ambiente: " Durante a Copa, saí e fui beber em vários sujões da periferia! Foi aí que comecei a colecionar esses calendários de mulher pelada e tive a idéia de montar esse bar, sucesso total!" - ele disse, com o maior bafo de cana, ao final do coquetel de lançamento.

Superhipermegaíntima - o quadro que tira TODAS as suas dúvidas sobre mulheres...

...inclusive as que você preferiria manter na ignorância

"Socorro Superíntima! Saí com um gatinho achando que não ia rolar, mas acabou rolando, e eu estava com a depilação pra lá de vencida. Depois disso, ele nunca mais ligou, será que teve a ver? Me ajudem! " - Janaína, SP

Guete Cintilante, responde: Calma, amiga, que não foi sua bola de pêlo que fez o gato sumir. Se fosse o problema, a Playboy da Claudia Ohana não teria vendido nada. Mas você cuida da higiene? Porque peluda, assim tem que estar sempre bem lavada, cheirosa, senão não dá mesmo. Nem dê.

TB Comportamento: Redescobrindo os Prazeres do Rádio

uma análise do comportamento ao vivo de locutores profissionais e público, e a seleção das maiores pérolas da FM paulistana
Quem tá ao vivo tem de falar, não pode se dar o luxo de deixar a peteca cair, então, acaba fazendo merda, falando bosta que sai sem pensar.

Teoria da “Batalha de Esculachos". Se uma pessoa liga para uma rádio, num horário e programa que ela SABE que esculacha os ouvintes, ela SABE que vai ser esculachada então:
-Ou a pessoa QUER ser esculachada
-Ou a pessoa se acha CAPAZ de evitar os esculachos, ou seja, a pessoa se acha mais inteligente que os locutores.
- Ou para o imbecil, o negócio é falar no rádio, não importando se seja como o esculachado da vez. Esse tipo de gente é que se inscreve e Big Brother, adora programa de auditório, gosta de ficar "na gradinha" em dia de TeleTon e Criança Esperança.

TAPA-BURACO TESTA!:As melhores estôpas do mercado!

Testamos as marcas mais populares e botamos o resultado ao vivo para você conferir.

Teste como LUSTRA MÒVEIS
Teste como LUSTRA AUTOS
Teste como BARBA DE PAPAI NOEL


Lazer & Cotidiano:
"Todo mundo gosta de ver coisa cara estraçalhada" - afirma o piloto de crash test da Ferrari

Saúde:
Fratura exposta no pescoço tem cura?
R: Claro que tem, quando você nascer na próxima encarnação seu pescoço vai estar inteirinho...

Notícias:
HOMEM BOTA FOGO NA CASA TENTANDO ACENDER UM INCENSO. Essência de Patchouli era importada da indonésia.

TB Especial:Paranóia Urbana

As Paranóias Urbanas são essas idéias-comuns nas quais todos nós estamos "viciados".
-ser traído pelo parceiro
-ser passado para trás por um colega
-achar que os outros só estão atrás do seu dinheiro
-achar que os outros só estão atrás da sua bunda (ecaaa..!)
-se estiverem atrás da sua bunda, não solte gases. Seria falta de educação.
-achar que todo sinal vermelho é um assalto em potencial

Existem também algumas paranóias contemporâneas específicas como:

PPD- Pequena Paranóia Doméstica

Nesta categoria encontra-se a mania feminina elevada ao título de obsessão detalhista em limpeza e decoração. Aquelas mulheres que se sentem verdadeiramente infelizes diante de uma casa desarrumada - conseguem estressar até na casa de praia!!- e conseguem deixar apresentável até uma borracharia. Lembra daquele robôzinho obcecado por limpeza de WALL-E : Pois é, mulheres com esse tipo de comportamento estão apresentando claríssimos sintomas de uma PPD - Pequena Paranóia Doméstica.
Também é considerada PPD a maluquice de algumas mães que fazem os filhos saírem de casa carregados de agasalhos em pleno verão, namoradas e esposas que ligam de cinco em cinco minutos mesmo em horário de serviço, para "checar" os maridos, teorias da conspiração envolvendo os vizinhos, etc...
GPE - Grande Paranóia Econômica
O claro sintoma da GPE é o eterno clima de hecatombe apocalíptica. Não importa como esteja a economia, ela é sempre frágil demais perante as crises que as derrubam e pronto. Não vou fingir que manjo pra caralho de economia, mas pode ver pô; tem sempre uma bolha estourando, uma bolsa rompendo, e aí é aquela merda toda, o dólar sobe, o repolho aumenta, aí vem o Pré-Sal que vai deixar nossos bisnetos ricos.
GPA - Grande Paranóia Apocalíptica .
Essa eu não preciso nem falar. Calendário Maia, 2012, fim do mundo, todo mundo viu o filme. É isso aí.
GPAM - Grande Paranóia Ambiental,
Que consiste em adotar imediatamente TODOS os hábitos considerados sustentáveis, e policiar seus amigos, familiares e colegas de forma neurótica para forçá-los ao mesmo.

TAPA-BURACO: Homenagem ao melhor tablóide eletrônico de todos os tempos!

O Tapa-Buraco vai ás ruas e pergunta: " Você se sente espionado por seus vizinhos?"

"Ah, normal, tipo... Se a janela tá aberta e alguém olhar, olhou, né, mano.. Vai fazer o quê?" -Rudilane, 19 anos, SP (@rudilane)

"Não, eu nem conheço meus vizinhos” -Ana Cristina, 17 anos, RJ (@ana_kris18)

"Ah, um pouco..!" -Maria Das Dores Silveira , 53 anos, SP

" Coom certeza! Minha vizinha é suuper-fofoqueira. Vive metendo o nariz na vida dos outros, credo!" -Debora Dantes, 21 anos, SP (@deborad)

"Não...meu vizinho é observador de pássaros. A gente mora do lado de um parque e ele tem todos aqueles equipamentos, binóculos, telescópios, todos virados pra minha casa, porque é lá que os pássaros fazem os ninhos, né? Eles moram no parque, mas pousam bonito é na minha casa. O vizinho que disse. ele é observador de pássaros." -Victor Dil , 22 anos, RJ (@fofoletico)


Dicas para saber se alguém está seguindo você!

Aquela impressão de que o tempo todo alguém está prestes a te matar, assaltar ou contar pra sua mãe que você faz o que não deve pode estar certa! A ciência comprova que 88,9% das pessoas que têm algum tipo de medo ou pensamento fixo estão constantemente sendo seguidas e vigiadas de perto, segundo estatísticas do IBGE. Alguns especialistas discordam : " Não há motivo para paranóia!" - alega o Prof. Eustáquio Joaquim Silveira Mello, da UFSC. " Muitas pessoas seguem as outras de forma inconsciente. Há uma curiosidade natural em saber o que os outros estão fazendo " - afirma o professor. " E, hoje em dia, as pessoas querem ser seguidas, pedem para serem seguidas. O Twitter usa esta expressão precisamente. Todos querem ser interessantes e chamar a atenção. Para que os psicopatas vão perder tempo tentando decifrar a vida monótona de uma viúva aposentada, se podem escolher pelo curriculo online sua próxima tocaia?'
Seja um indicador de popularidade ou da iminiência de algo constrangedor, estar sendo seguido demonstra que alguém se importa com você! Descubra agora mesmo se você é querido fazendo esse teste!!

1. Quando você anda pela rua, mesmo deserta, tem a sensação nítida de que alguém caminha muito próximo á você?
a) Sim
b) Não
c) Ás vezes

2. Todas as vezes que você se vira para trás inesperadamente, percebe que algo ou alguém se esconde depressa?
a) Sim
b) Não
c) Ás vezes

3. Toda vez que abre seu armário ou bolsa, nota que as coisas não estão exatamente como você as deixou ?

a) Sim
b) Não
c) Não sei, nunca reparei.

4. Você fez coisas em seu passado (das quais se arrepende) junto com outras pessoas com as quais você perdeu o contato?
a) Sim
b) Não lembro
c) Com certeza

5.Você acha que pode estar sendo rastreado neste momento?
a) Sim
b) Num viaja
c) Duh!

Vida real: "Minha paranóia salvou minha vida", afirma a mulher que escapou de coice mortal

domingo, abril 10, 2011

Audiência pública deve ouvir ministros a respeito dos projetos em sustentabilidade para a Copa 2014.

A deputada Rebecca Garcia (PP-AM) requeriu uma audiência junto à Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, para saber o que vem sendo desenvolvido pelos misistérios em relação à sustentabilidade ambiental da Copa 2014. A audiência será pública e ainda não tem data marcada, mas deve contar com a presença dos ministros Izabella Teixeira (Meio Ambiente) , Aluízio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e Orlando Silva (Esportes). Na ocasião será discutido também o projeto de lei que obriga a realização da Copa 2014 como um "evento neutro", ou seja: que os gases do efeito estufa, produzidos durante o evento sejam neutralizados.

Leia e acompanhe a proposta na íntegra AQUI!

De acordo com a Agência Câmara de Notícias, a deputada Rebecca Garcia considera a questão importante. Ela estava presente no II Fórum Mundial de Sustentabilidade em Manaus durante a palestra de Dan Epstein, Diretor de Sustentabilidade de Londres para os Jogos Olímpicos de 2016, e com certeza um tanto de sua preocupação bebeu dessa fonte inspiradora.

Durante esta mesma palestra, dirigi uma pergunta ao Sr. Epstein sobre a antecedência com que deve ser feito o planejamento para tornar sustentável um evento da magnitude de uma Copa do Mundo, ou Olimpíada. E por um desses motivos maiores que a compreensão humana, bem nesse momento o equipamento de tradução falhou, a moderadora Ana Paula Padrão se atrapalhou, e o ponto principal da minha pergunta ficou sem resposta. De qualquer forma, a verdade ficou bem óbvia para todos ali presentes: Londres está a anos-luz na frente de onde já deveríamos ter passado para poder chamar as nossas Olimpíadas ou Copa de sustentáveis.

E aí? Será que a Taça do Mundo em Sustentabilidade ainda pode ser nossa?

quinta-feira, abril 07, 2011

Em homenagem ao "DIA DO JORNALISTA"...

...a profissional mais famosa do momento!!
IONE! (no shopping!)



...como cantora ela é mesmo uma ótima jornalista!!


PARABÉNS AOS COLEGAS DA COMUNICAÇÃO!! Em especial minha querida Renata Paula, a musa de conteúdo de Manaus!!

terça-feira, abril 05, 2011

Convite: Chá de Pimenta

O Chá de Pimenta é uma versão modernosa e sem-vergonha do antigo chá de panela oferecido pela noiva ás suas convidadas mais íntimas, que a presenteavam com objetos para o enxoval da nova casa. Ora que hoje em dia, muita gente quando casa já está morando junto há séculos e já é mais importante preservar o clima de namoro do que entrar nas crises de casado, essa reuniãozinha feminina passou por uma releitura muito útil: tornou-se uma desculpa incrível para entrar numa sex shop, comprar aquele vibrador multifunções que brilha no escuro e acessa a Internet e poder dizer com a maior cara-de-pau que "é pra presente".

Ok, só não esqueça de comprar MESMO um presente pra noiva antes de sair da loja, ok..?

Enfim, em chás de Pimenta oferecemos á noiva lingeries sensuais, brinquedos eróticos, gel para massagem, camisinhas diferenciadas, acessórios, pernoites em motéis, etc. A festa precisa ter decoração temática e brincadeiras picantes. Só podem participar MULHERES com MAIS DE 18 ANOS, pelamor, né?

Os brindes para as "prendas" podem ser camisinhas ou chocolates em formas eróticas.

Brincadeiras:
-Jogo da Verdade
-Corrida do chocolate
-Dança do kct
-Pescaria

O local da festa precisa ser visitado com antecedência pelos decoradores. E tem que rolar aquelas peucas, óculos e boás pras convidadas!

Como não dá pra fazer uma LISTA DE PRESENTES em nenhuma sex-shop, junto com o convite podemos oferecer sugestôes de sex-shops (e daremos preferência para a que topar fazer uma parceria legal fornecendo alguns produtos pra gente fazer o evento)

Quero que o convite por fora pareça um convite de chá de panela bem formal, bem clássico, bem "de vó", e dentro seja bem sugestivo, algo tipo "este chá vai ferver" algo assim
"Você está convidada ao meu chá...com pimenta!"

Poderia fazer algo ainda mais cocote ainda, tipo "A futura Sra. Fulano convida para saborear um chá..."

Dá pra fazer até temática japosa, saca? Fechar uma temakeria. Fazer um chá de Pimenta oriental. Chá de Wasabi. A gente chama o Shiryu pra tirar a roupa.

Bom, de volta ao planeta Terra...

Faremos o convite do Chá de Pimenta da futura Sra. Mônica Brades que vai acontecer na noite de 30 de Janeiro de 2011, ás 20:30hs, no Espaço Karité (Av. das Torres (s.n) em Manaus-AM)

The New Booz

Todo mundo gosta de uma batatinha
Todo mundo gosta de uma batatinha (eu também)

Tira esse olho gordo de sapo da minha batatinha
Se quiser compra um saco pra tu, porque essa é só minha
Batatinha de chips ou palha no ponto do busão
Tem gordura trans pra todo mundo, maior curtição!

E lá vem o ambulante de sempre vendendo chiclete
Podia estar matando, roubando ou fazendo...maquete
Mas prefere explorar as pessoas que ficam com dó
Sem saber que mais tarde ele vai gastar tudo com pó

A tia gorda que senta do meu lado
Dá pra sentir de longe seu intestino zoado
E a menina de olhos tão bonitos
Me sorri com o aparelho todo sujo de chee-tos

segunda-feira, abril 04, 2011

Já me irritei..!

Preciso de fones de silêncio. Manja, um fone de ouvido que, ao invés de música, toque silêncio. Um tampão de ouvido só não basta: tem que ser, sei lá, uma espécie de onda que cancele as outras, ou ao menos diminua sua intensidade, esse produto, se não existe ainda, quero saber POR QUÊ. Chama um físico aí pra gente montar a barraca na próxima feira de ciências e arrumar patrocínio pra montar o troço. Eu PAGO a patente desse troço.

Está ficando muito difícil escrever com a Julia assistindo PICA PAU aqui do meu lado. Ou qualquer outra coisa que ela esteja assistindo, eu preciso de SILÊNCIO pra escrever, eu gosto de estar sozinha. Com a Julia por perto, eu só consigo male má escrever sobre ela, e olhe lá. Se quisesse escrever um diário de uma mãe primípara, ainda assim ficaria difícil. Eu preciso "da autorização" dessa coisinha. Na verdade, a Julia é interessante: ela obedece, mas SÓ DEPOIS DE COMPREENDER a ordem. O problema é que ela vai A FUNDO, nas questôes, tipo...
-Julia, fica quieta!
-O que você tá fazendo?
-Trabalhando.
-Por quê?
-Pra ganhar dinheiro e seu pai ficar feliz. Você prefere que ele fique triste?
-Nãooo..!
-Então fica quieta!
-Mas por quê ele fica triste se não tiver dinheiro?
-Porque não vai ter comida e ele vai ficar com fome!
Aí ela fica quieta. Sabe que sentir fome é ruim, não quer o pai na mesma situação, acho. Seja como for, ela achou justificativa, e obedeceu sem eu precisar levantar a voz. Mas eu tive que desfiar um monte de explicaçôes e isso ás vezes não tem cabimento, não vem ao caso, ou sei lá, não tõ a fim de perder o fio da meada, como no meio de um filme, por exemplo!! Aí rola aquele bate boca...

Mas agora ela está assistindo Pica-Pau e eu estou livre pra fazer o que me propûs desde o início: detonar a Fernanda Young. Cara, eu detesto a Fernanda Young. E é bom esclarecer desde o começo que sou fã do trabalho dela como roteirista, reconheço que ela tem um talento inegável como escritora e comunicadora, só não digo que gosto de TUDO o que ela faz porque nem ela deveria gostar. mas, duh, ninguém é perfeito.

É, ninguém é perfeito, mas eu fico me perguntando como um talento dessa fineza pode estar atachado à uma personalidade tão escrota como a Sra. Young. A não ser que ela assuma que faz de si um personagem- e nesse caso, que este texto seja o maior atestado de sua maestria. Mas se sua autenticidade for de fato tão autêntica como a mídia a rotulou (desculpem, amici, é que eu não acredito em publicitários), então a guria é simplesmente uma idiota. Não sei nem por onde começar a justificar. Aquele programa "Irritando Fernanda Young" é um desastre, a começar pelo título narcisista. Se foi idéia dela, a autorreferência ficou ridícula, e se não foi, que raio de pá-mandada ela é?
As entrevistas são sofríveis justamente por causa da anfitriã. Escrevendo ela é ótima, quando abre a boca é um destastre. Como no lance da Playboy. a Sra. Young é uma "tiazona', mas se cuida, tá bonita, na era da vaidade não é nenhum "ooooohh.!" ela poder e querer fazer Playboy, certo? Mas nããããããoooo... a Sra. Young tinha de sair por aí falando que aquele ensaio tinha algum significado protesto-político-ideológico-filosófico-cabeça. Ah, cala a boca e vira a bunda como todo mundo, Sra. Originalidade!
Que adianta ter um cérebro e acabar mostrando o rabo? Ou, ainda, se podemos nos envaidecer do cérebro, por que não podemos nos orgulhar do rabo, quando ambos são privilegiados? Pára de fazer média, Dona Irritadinha...
Quer saber? A Monique Evans é mais autêntica do que você.

O auge da cretinice foi aquele comercial da Nextel, em que ela ia andando e passando seu currículo. Concluía dizendo que tinha uma vida e tanto para quem ia se matar aos 17.
Por mim, só por aquela frase, já perdeu a oportunidade.

Banco Cyan; aqui a moeda são litros de água!

O Banco Cyan é uma inteligente e interessantíssima parceria do Movimento CYAN da AmBev com a SABESP. Trata-se de transformar a economia de água em pontos que geram descontos e vantagens em lojas que abraçaram o projeto, entre elas dois dos maiores sites de vendas do país: o Submarino e Americanas.com.
Quanto maior a economia, mais pontos o consumidor ganha. Ou seja: além de pagar menos na conta, poderá pagar menos nas compras.

Por enquanto, o serviço só está disponível em São Paulo, mas o site já aceita cadastro de quem mora em outras regiões. Para saber mais sobre o Banco Cyan, clique aqui!

Dando o exemplo: Sustentabilidade não pode ser apenas "vendida", tem que ser praticada.

Desde que o tema "preservação" veio á tona, todos conhecemos ao menos umas dez maneiras de ser mais amigável com o meio ambiente: tomar banhos rápidos, reutilizar água, não despertiçar energia elétrica, evitar o uso de automóveis, separar o lixo reciclável. Mas quanto dessa teoria trazemos de fato á prática do cotidiano?
Um estudo informal feito junto à grandes empresas que possuem políticas ambientais, mostra que mais de 75% de seus funcionários não se lembram de aplicar as mesmas regras de consumo em sua vida pessoal - mesmo os benefícios financeiros da economia e reciclagem só são lembrados quando as contas extrapolam a média. Entre os executivos este índice sobre para vergonhosos 83%. Mesmo nas empresas que oferecem serviço de "rota" - ônibus fretados exclusivos para o transporte de funcionários - profissionais de cargos mais altos raríssimamente deixam de ir ao trabalho com seus próprios veículos. Quando o fazem, a razão geralmente nada tem a ver com o carbono gerado, e sim com algum problema mecânico.

Isso mostra a importância da educação ambiental que vai além dos CNPJs. Empresas podem e devem ser ótimas escolas de sustentabilidade. E uma companhia certamente estará muito mais adiantada se conseguir transmitir essa consciência a seus funcionários. Para isso é preciso dar o exemplo também como pessoas, principalmente os dirigentes. Pela prática fica muito mais fácil convencer os funcionários - e clientes! - da importância de TODOS nesta luta que, afinal, é de toda a humanidade.

Sustentabilidade pra quê?

Em matéria de sustentabilidade, a teoria está mais na moda do que na prática. Mas se já há um consenso internacional de que é o único caminho para a continuação do desenvolvimento (e, numa visão mais catastrofista porém não menos realista, o único caminho para a continuação da civilização ocidental como a conhecemos), por quê não vemos o abraço imediato da causa, especialmente pelas grandes empresas?

Um artigo publicado no site Administradores.com.br sobre como "vender" a sustentabilidade, tem entre suas justificativas uma questão interessante: "O fato de garantir o equilíbrio do meio ambiente também garante que a empresa terá possíveis clientes ao longo dos anos, caso contrário, se o mundo acabar em terremotos e maremotos de nada adiantou o planejamento de 20 anos.

A questão é que, por mais que a verdade encontre expressão nessa afirmação, as pessoas ainda parecem não levar a sério. O recentíssimo desastre natural do Japão será apenas o início, se uma atitude real e coletiva não for tomada a tempo.

E que ninguém pense que o Brasil está mais longe dessas hecatombes. De fato, o Brasil está no centro da questão da sustentabilidade. Durante a palestra do ex-presidente Bill Clinton no Fórum Mundial de Sustentabilidade em Manaus, perguntado sobre o que ele a a comunidade internacional esperavam do Brasil nesse sentido, ele respondeu simplesmente: "Esperamos que nos mostrem o caminho."

A afirmação é inspiradora para um país cujos recursos naturais já nos transformou líder em exportação de commodities. Mas justamente por isso, pode também soar um tanto sombria.

O que acontece se não cumprirmos com essa expectativa..?

domingo, abril 03, 2011

Apologia á p*taria

Pessoalmente acho que com " Bruna Surfistinha" soou a última trombeta do apocalipse da mídia nacional.
Tenho lido resenhas ótimas a respeito do filme. E de certa forma, elas se justificam. É um filme bem produzido, por bons profissionais e interpretado por bons atores. Mas não foi bem isso que levou o público para o cinema.

Quando conheci Bruna, ou melhor, Raquel, gostei da iniciativa dela. O blog dava a ela um diferencial interessante, além de projetá-la como algo mais do que uma simples "mulher objeto". Quem leu seus textos no blog original sabe que ela tem um estilo envolvente, sabe se expressar, não é nenhuma ignorante com as letras. Dá pra perceber que, no mínimo, ela gosta bastante de escrever. Era quase uma pena que seu blog fosse acessado principalmente por pessoas que não deviam estar tão interessadas assim em redação. Pra assinalar uma curiosidade: a primeira vez que ouvi falar dela foi também quando a encontrei pessoalmente. A achei simpática e divertida, e não fosse nosso encontro na gravação de um programa de TV onde ela iria falar justamente sobre sua profissão, eu acho que jamais desconfiaria que ela fosse garota de programa.

O livro veio com a fama. Bom pra ela: acho que todo blogueiro sonha em publicar um livro. Ainda mais um best-seller. Achei um pouco apelação as tais das "páginas lacradas". Mas se isso acontece até com conceituadas revistas femininas, imagina no diário de uma (ex) garota de programa...

Agora, sinceramente, precisava mesmo daquele filme ou foi só um lance pra ganhar dinheiro de um bando de espertinhos? Lógico que seria bilheteria garantida. Mas sinceramente, eu me preocupo com essa apologia à putaria que tem tomado conta do cinema, da TV, das novelas, de todos os meios e personalidades.


Pior ainda foi aquela tal Maria vencendo o Big Brother. Ela diz que não era garota de programa. Por mim ela pode dizer o que quiser, mas o que ela tinha na cabeça então, quando tirou aquelas fotos, fez aqueles filmes? E aquele comportamento vulgar dentro da "casa mais vigiada do Brasil" ? Seus fãs dizem que ela venceu por ser uma pessoa "sincera". É, sinceramente, aquela garota é uma perdida...Sei lá, eu fico pensando no que minha família pensaria se me visse ter aquele comportamento na TV, se vissem, ou se no mínimo soubessem que tem fotos e vídeos eróticos meus pela Internet.. Cara, isso é muito bizarro e não entra na minha cabeça.

Antes que algum dos meus inexistentes leitores pense outra coisa, faço questão de deixar bem claro que sou casada, tenho uma vida sexual plena e tenho 100% de confiança que meu marido está satisfeito com isso. Temos cumplicidade, química, física, matemática,geografia e tudo o mais que mantenha acesa essa chama tão necessária num relacionamento. Mas a graça é justamente manter tudo isso entre a gente! Meu lado sexual é exclusividade do meu parceiro... Não deveria ser assim? Não?

Ás vezes me sinto velha e careta.

sábado, abril 02, 2011

Rebecca Black - Friday (OFFICIAL VIDEO)




Viram como é fácil? Com uma produtora razoável, dá pra fazer até um clipe que não fica devendo nada pra muita coisa da Selena Gomez!
Boas produtoras fazem mágica!

..mas não fazem MILAGRE, né?
*risos*

sexta-feira, abril 01, 2011

TV TODO MUNDO

Vivemos em um tempo onde a tecnologia está mais acessível que nunca. Existem modelos básicos de celulares que possuem gravadores e câmeras. Programas como o Windows Movie Maker permitem que qualquer pessoa possa dar o mínimo de edição a um vídeo, por mais caseiro que seja. E ferramentas como o YouTube reúmem grandes e pequenos produtores, vloggers, curiosos e engraçadinhos de todo tipo, lançando-os a chance de verem e serem vistos pelo mundo.

Vemos toda sorte de vídeos que se consagram ali: erros de gravação, flagras cotidianos, bons artistas que se revelam, péssimos artistas que se revelam ótimos humoristas, gente de todas as castas e classes fazendo bonito e pagando mico. É a verdadeira TV TODO MUNDO. E o mais legal é a absoluta liberdade da programação.

Para compartilhar momentos, lançar um "viral", ou pelo menos garantir que aquela linda videohomenagem que você fez á sua sogra não terminará virando hit em programa de humor porém, publicar um vídeo na Internet exige alguma perícia.

1. Criatividade: A mesma acessibilidade que permite o nascimento de uma nova idéia também permite que ela se perca em meio ao lugar comum. Se a intenção do vídeo é o destaque, certifique-se que o conteúdo tenha um diferencial. Examine duas questões principais: "Se este vídeo não fosse meu, eu o compartilharia com outras pessoas?" e "Já existe algum vídeo parecido com este por aí?"

2. Divulgação: Compartilhe o link de seu vídeo em suas redes sociais, sua lista de contatos, e-mail e em comunidades virtuais com temas que tenham a ver com o conteúdo do vídeo. Outra boa dica é comentar vídeos que possam ser relacionados com o seu - mas não deixe simplesmente o link ali, escreva algo que faça as pessoas entenderem que se gostaram do que acabaram de ver, poderão gostar também do seu. Isso é falar diretamente com seu público-alvo.

3. Discrição: Ás vezes a intenção não é tornar o vídeo uma estrela, apenas compartilhá-lo e mantê-lo acessível a algumas pessoas. Nesse caso, além de evitar publicar o link em locais acessíveis, evite longas e específicas descrições, que podem vincular seu vídeo a buscas por algum dos termos utilizados - muitas vezes de forma equivocada.

4. Direitos Autorais: Evite utilizar material de terceiros como cenas de filmes, fotos e trilhas sonoras. Isso pode acarretar na suspensão de seu vídeo. Também evite publicar imagens de pessoas e estabelecimentos sem autorização- isso pode gerar inclusive processos judiciais.


Preparados? Então, luzes, câmera...e clique!

quarta-feira, março 30, 2011

A Arte de Bem-Atender

Não há empresa, marca ou promoção que sobreviva a um péssimo atendimento. Mesmo a franquia mais bem-conceituada do mundo. Pode ser o produto ou serviço mais badalado do momento: basta um atendente mau-humorado para espantar a freguesia - e com ela, os lucros.

Quando uma pessoa entra em contato com uma empresa - seja adentrando um estabelecimento, enviando um e-mail ou fazendo um telefonema - ela já passa a ser um cliente mesmo antes de consumir qualquer produto ou serviço. Na verdade não são poucos os clientes que irredutivelmente condicionam o consumo ao bom atendimento preliminar.

A cordialidade e disposição do atendente, recepcionista ou vendedor será o primeiro contato pessoal do cliente com o estabelecimento e portanto, fator decisivo para uma primeira impressão.

A seguir, listamos os maiores inimigos do bom atendimento:

1.Desinteresse: O atendente não cumprimenta- ou o faz mecanicamente, quase sem contato visual - não endireita a postura nem deixa de fazer o que está fazendo (se for um bate-papo com um colega, então é erro gravíssimo!), para se colocar à disposição. Não há desculpa para um garçom, vendedor ou recepcionista não estar atento à mínima requisição do cliente - Não há coisa mais desagradável para ele do que ter de ficar "caçando" um funcionário para ser atendido.

2.Falta de Postura: É outra expressão do desinteresse. Ficar encostado no balcão, mascando chiclete, falando ao celular, sentado, "arrumando" alguma coisa...Vendo Tv, então nem pensar! E o pior é que pessoalmente, já vi atendentes que estavam fazendo tudo isso ao mesmo tempo, sem nem reparar se havia ou não clientes no estabelecimento.

3.Intimidade: Cordialidade e simpatia, na medida certa. Sorrir não é fazer cara de bobo, e ser atencioso não é forçar intimidade. O brasileiro é um povo naturalmente amigável e mais expansivo, mas convenhamos:é muito esquisito ser chamado de "amada" pela mulher do telemarketing...

terça-feira, março 29, 2011

Ana Elise, 23 anos, atendente de pet shop

Ela vem do lado Leste e trampa lá na Zona Sul. Morava ali perto da Globo, mas estava de favor, na casa de uma amiga e resolveu sair. O salário só deu para alugar uma quitenete lá pro Pintadinho. Paciência. Não podia largar o emprego sem arrumar outro.
Gosta de bichos e de gente, Ana Elise freqüenta a Assembléia de Deus. Ela acha a vida boa, tem dois irmãos criados e os pais vivem no interior, com simplicidade e suficiência. Veio pra São Paulo menina, nem lembra quando. Na adolescência perdeu o caminho da escola, entrou pelo atalho das drogas, engravidou, abortou, fugiu da casa da madrinha. Voltou convertida e arrependida, falando de Deus e pedindo pra recomeçar. A todos testemunhava seu milagre pessoal. Ana Elise é feliz, sim.

De manhã, no ônibus, vem agasalhada, lendo uma revista sobre novelas. Ana Elise vê todas, é fã da Globo e da MTV. Queria ser modelo- todo mundo diz que leva jeito - mas vaidade é pecado e ela tem medo de ter de posar nua. Que vergonha, né, Ana Elise? Ela mostra uma foto no celular, onde aparece com a Fátima Bernardes. Ana Elise via muito artista lá no Brooklyn, mas agora não tem tempo pra ver mais nem televisão. O caminho é longo, Ana Elise não se importa. Ainda mais se consegue fazer a viagem sentada, melhor ainda- na janela. Aí Ana Elise larga a revista, olha pro mundo, o pensamento longe... Queria saber o que ela pensa. Acho que em ser modelo, desfilar no Cidade Jardim, aparecer na TV. Ou se entristece por tanto querer um cachorrinho, mas não poder mantê-lo no apartamento tão pequeno. Ás vezes ela fecha os olhos, parece que está dormindo. Vejo na minha mente os sonhos de Ana Elise: um bom marido, uma casinha no interior, filhos correndo no quintal. Só vai despertar quase no último ponto, a parada perto da pet shop, o frio paulista a arrepiar-lhe o pescoço. Ana Elise salta a caminho do trabalho, seguindo o rumo do futuro.

SUSTENTABILIDADE: Ambientalismo ou Capitalismo?

Vamos encarar os fatos: a palavra sustentabilidade está tão em voga atualmente porque já não podemos falar mais em preservação. Não é preciso mais buscar embasamento em nenhum número oficial ou gráfico científico para constatar que, quando falamos em "preservar" hoje em dia, já não se trata de uma solução, e sim de não agravar um problema que já está instalado.

É utópica a idéia de que é possível "voltar no tempo" e recuperar o bioma original das regiões devastadas. Até porque a Natureza é como um grande organismo, e muitas vezes a intervenção em áreas aparentemente distantes é capaz de afetar de forma estrutural o ecossistema de uma reserva. Assim como os parques que existem em meio á grandes metrópoles, conservando nada além de uma lembrança da vegetação que outrora dominava toda a região, as florestas e reservas que temos hoje na maioria das vezes estão em maior ou menor grau, comprometidas pelo avanço da "civilização" pelo mundo. Os efeitos de anos e anos da exploração indiscriminada de recursos já são globais.

Por isso, a discussão sobre sustentabilidade já não pode mais ser considerada como "ecológica" ou assunto de ambientalistas, mas uma questão urgente a ser trabalhada prioritariamente por empresários e pessoas diretamente responsáveis (ou pelo menos interessadas) pela movimentação econômica da humanidade. Não deve ser exagero afirmar que os problemas ambientais causados pelo desmatamento, aquecimento global, acúmulo de resíduos e poluição são todos derivados do capitalismo e de uma economia de consumo.

Não faz sentido também, sugerir um retrocesso na história. O que precisa ser feito neste momento é encontrar um real ponto de equilíbrio entre o que está sendo dado no presente e tirado do futuro. Buscar um jeito de acelerar o desenvolvimento e frear a degradação. Mas para isso é necessário que se enxergue além dos custos financeiros, ou teremos apenas postergado o apocalipse.


Sustentabilidade não tem mais a ver com ecologia, e sim com economia.

Schwarzeneggices! no Fórum Mundial de Sustentabilidade!

"...precisamos fazer a idéia de 'ecológico' ser mais sexy!"


É, meu caro "Terminator"... pelo jeito ninguém te falou sobre as Mulheres-Fruta e a Mulher-Samambaia, né..?

Já te digo: sensualizar não dá certo.

Plantão PikeNices! : Adeus, Sr. José Alencar!

O Sr. ex-Presidente da República, José Alencar acaba de falecer. Há muito tempo lutando contra um câncer, depois de muitas recaídas e com uma perfuração no abdômem, os médicos do hospital Sírio-Libanês em São Paulo apenas se preocupavam agora em aliviar o sofrimento de seus derradeiros instantes em matéria. Ás 14:30 (horário de Brasília) foi dado o último boletim médico com Alencar ainda vivo. Ele dormia em presença de familiares, sob o efeito de analgésicos.

O Sr. José Alencar foi um exemplo de superação e persistência, sem jamais esmorecer perante a doença. Mesmo após várias cirurgias, tratava do assunto com bom humor e nunca se esquivou da imprensa.

Descanse em paz!

Fórum Mundial de Sustentabilidade- EU FUI (mesmo!)



..olha as minhas costas aí, junto com as costas da Cintia Levorin, da Christiane Torloni e do Victor Fasano!!

segunda-feira, março 28, 2011

Fórum Mundial de Sustentabilidade 2011 - EU FUI!

Nos dias 24, 25 e 26 de Março, aconteceu no Hotel Tropical em Manaus o segundo Fórum Mundial de Sustentabilidade, organizado pela Seminars e promovido pelo LIDE, o evento reuniu mais de 700 empresários, cientistas, ambientalistas e formadores de opinião além de 164 jornalistas de veículos do Brasil e do exterior.
O evento trouxe ao Brasil Arnorld Schwarzenegger (ex-ator e ex-Governador da California), Richard Branson (empresário do conglomerado Virgin, com mais de 300 empresas) e o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, além do cineasta James Cameron (que já havia participado da primeira edição do Fórum), Dan Epstein ( responsável pelo desenvolvimento sustentável das olimpíadas de Londres em 2012), e os autores Adam Werbach (chefe de sustentabilidade da Saatchi & Saatchi) e Paul Hawken (ambientalista e empresário).

O Forum, promovido pela empresa Seminars, é uma iniciativa do grupo LIDE que reúne líderes empresariais de diversas áreas. A seus membros juntaram-se cientistas, ambientalistas, ativadores e formadores de opinião para analisar e debater a questão da sustentabilidade na economia e equilíbrio ambiental do planeta. Espera-se que deste evento surjam novas iniciativas e parcerias para encontrar e desenvolver soluções que conciliem progresso econômico e presevação ambiental.

terça-feira, março 15, 2011

Paliteiro Cheio

Preciso ser mais produtiva. É um saco esse negócio de ficar pensando, pensando, e não fazer nada.
Por outro lado, não sei o que fazer também, e isso me irrita profundamente. É tanta idéia ao mesmo tempo que vira paliteiro cheio: nada sai.
Vontade começar algo novo, mas e aí, onde eu enfio a vergonha se não vingar DE NOVO..?

Afe..!

sábado, março 12, 2011

Talula, tá, lula, talu lá...

Alguém lembra daquele filme "Jamaica Abaixo de Zero?" quando a turma termina de reformar o trenó, um dos competidores resolve batizá-lo de "Talula" e um outro diz "vai dar nome de vadia pro nosso trenó?" (ao que o primeiro responde: " É o nome da minha mãe..!")

A primeira vez que ouvi esse nome também foi num filme. "Quando as metralhadoras cospem". Mas deixa pra lá, senão vai ter um povo me achando muito mais velha do que minha memória é boa.

Depois por um bom tempo, Talula (ou Tallulah) era só uma das músicas do Sonata Arctica que eu menos gostava...

Agora parece que uma participante do Big Brother com esse nome, e que ela não é lá muito ética...

"Vai dar nome de vadia pro nosso trenó?"

sexta-feira, março 11, 2011

Devassa para menores

Bom, já tá na hora de sacudir isso aqui, né? Vida nova, fim de resguardo, terremoto no Japão e bola pra frente, pro alto, pra cima e subindo.

Finalmente me rendi á curiosidade e fui procurar no Youtube a propaganda da cerveja DEVASSA com a Sandy. Na TV acho que nem teria chance de ver uma coisa dessas: em casa não tenho tempo, e aqui onde tô passando as "férias médicas" (é um nome melhor que "resguardo", né não?), prefiro TV a cabo.

Coitada da Sandy... é verdade que "fiz as pazes" com ela depois do lançamento do CD "Manuscrito". Não li as críticas, não sei como o público recebeu, e tenho certeeeeeeza que meus amigos metaleiros vão me execrar por admitir publicamente que eu gostei, mas no MEU aparelho de som toca o que EU quero, e é pra isso que servem os fones de ouvido.

Agora, Sandy e Devassa... não deu certo não. Tenho certeza que os publicitários que tiveram essa idéia genial também não imaginavam que daria tão errado. E, se bobear, nem a Sandy devia ter imaginado que a campanha ficaria tão ridícula. Não dá para culpá-la por não ser vulgar - aliás, isso é mais ridículo ainda- Mas a verdade é que, "propagandamente", o tiro saiu pela culatra. Sandy bebendo cerveja numa campanha de 1 milhão, só prova uma coisa (ou duas) : ela pode ser péssima atriz, mas a verdadeira virtude é incorruptível.

Agora, sim: eu acredito que ela seja uma boa moça. Com um lado "descolado", sim - e foi aí que ela foi parar nesse comercial - mas uma boa moça de verdade. Engraçado até o jeito dela no comercial: mesmo fazendo seu melhor, não consegue disfarçar a falta de jeito.

Fico feliz ao ver que pelo menos uma celebridade ainda tem vergonha de ser vadia - mesmo de mentirinha.

segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Aborto Espontâneo : minha experiência

Durante estes dias difíceis, entre descobrir que minha gravidez de 11 semanas já não mais evoluía e hoje - que fiz a última US pós-curetagem, constatando que está tudo bem e logo poderei ter uma nova gestação- minha maior fonte de informação foram os depoimentos online de mulheres de várias partes do mundo, idades, credos e raças, que passaram por uma -ou algumas- situações semelhantes. De igual mesmo, acredito, apenas a dor.

Mas se a Internet não pode ser fonte segura do que vai ou não acontecer, do que pode ou não ser e como - devemos SEMPRE consultar um médico pessoalmente a respeito de nossa saúde - realmente uma coisa pude confirmar: de que cada caso é um caso. Ler tantas e tão diversas experiências foi bom para mim. Na mais simples das análises, fez com que me sentisse menos sozinha. Por isso, decidi contar também um pouco da minha experiência. A parte física, que mais provoca medo e dúvidas. Seria impossível tentar descrever o que se passa no coração e mente de uma mulher num momento como aquele.



Foi Deus que me mandou para o hospital naquela noite. Não era uma consulta de rotina, na verdade fui parar lá quase por acaso, por uma gota de sangue na calcinha que descobri mais tarde ter saído de um pequeno ferimento externo. Na minha primeira gravidez, sim, tive sangramentos e perdas de líquido significativas, passei por dificuldades no prmeiro trimestre, mas eram outros tempos, eu vivia uma época de stress e abusos: bebia, fumava, não cuidava da alimentação, na verdade, pesava pouco mais de 30 kg (tenho 1,43m) e quase não dormia. Portanto, não me alarmei quando o GO de plantão me deu a guia para o US com os dizeres "ameaça de aborto". Não era a primeira vez que recebia aquilo. E olhei confiante para minha linda e saudável filha de quase 4 anos.

Minha confiança só desmoronou ao ver a ruga de preocupação do médico que fez o US. Não conseguia acreditar no que eu ouvia - no que eu NÂO ouvia. Os batimentos cardíacos do feto haviam cessado. Não havia movimentos.

Nos dias seguintes, rezei por um milagre que não veio. A segunda US confirmou minha tristeza. Choveu muito lá fora e dentro de mim.

A GO então apresentou-me as opções: eu poderia esperar - um máximo de 15 dias - pela expulsão natural dos produtos da gestação ou internar-me imediatamente para a indução e possívelmente uma curetagem. Dra. Evelyn foi maravilhosa em todos os sentidos com sua informação e sensibilidade.

Explicou-me que eu poderia ir tranquilamente para casa e aguardar, se quisesse, para que a sábia Natureza trouxesse a solução, visto que o diagnóstico do óbito havia sido quase imediato. Mas que eu deveria ir direto ao hospital assim que começasse a sangrar, para ter um acompanhamento.

Meu marido estava muito nervoso. Ele é um homem prático que muitas vezes me trouxe equilíbrio, mas naquele instante eu me dei o direito de discordar. Por decisão dele eu ficaria internada desde aquele momento, sob cuidados médicos, especializados. Acabaria de uma vez com aquele sofrimento e minimizaria os riscos. Ele me ama, quer ter outro filho. Sob sua visão, era muita coisa para arriscar.Eu compreendia isso. Mas o que ele nem ninguém poderia compreender era minha luta contra a simples idéia de "aborto". A enxurrada de pensamentos, de lembranças que me vieram, a luta física e psicológica pela minha primeira gravidez... Cada um sabe o que viveu. E eu sei o que vivi até ali para que a menção a "Cytotec" e "Misoprostrol" me desse ânsia de vômito. Quantas - e foram muitas!- que eu conheci usavam essas palavras como sinônimo de alívio, de bénção, de condescendência...Creiam-me, invisíveis leitores: conheci ALGUMAS barrigas que se foram num passe da "palavra mágica" . Cytotec me parecia o nome do próprio diabo. Não, eu SOFRI um aborto! SOFRI!! Mas na minha cabeça ecoavam vozes conhecidas: "É só usar Cytotec, não 'pega' nada..!"


Perdão se estou confundindo alguém com histórias mal contadas... Talvez isso não venha mesmo ao caso.

De volta a Dra. Evelyn...Ela me explicou que, uma vez internada, se não houvesse sangramento, primeiro seria feita a indução, com o tal Cytotec. Disse que eu sentiria cólicas muito fortes, sim, mas que a idéia era essa: expelir. Foi sincera também, dizendo que provavelmente teria de passar por uma curetagem, dado o tempo de gestação (11 semanas), mas que não me preocupasse, era um procedimento simples, feito sob anestesia geral (sedação), e que eu sequer lembraria de nada. Explicou inclusive a importância desse procedimento: limpar totalmente o útero, para evitar infecção- o que seria mil vezes pior.


-E AMIU? - perguntei, já orientada por uma amiga médica.

AMIU é um outro tipo de procedimento para retirada dos produtos de uma gestação que não evoluiu. É uma aspiração desses produtos aravés de uma cânula, como uma seringa. É um processo mais simples, menos arriscado e menos invasivo. Muito usado na rede de atendimento pública, mas praticamente inexistente na particular (por quê será..?)

-Adoro AMIU. Se houvesse dilatação no seu colo, seria a melhor solução. Mas esse hospital não trabalha com AMIU...

...e meu colo estava fechadíssimo. Quem diria. Na primeira gravidez, a briga era para ele não abrir. E agora...


Fechado, sem nenhum sangramento. E os dias passavam. Nenhuma cólica, nenhum corrimento, nenhuma dor, nada. E assim foi até quase o término do prazo de quinze dias. Num fim de tarde de sábado, ao passar o papel higiênico, notei um corrimento gelatinoso, ligeiramente marrom. Pensei: "está próximo!". Mas as horas passaram sem que nada acontecesse.

No domingo, já tarde da noite e sem nenhuma mudança além do discretíssimo sangramento, resolvi ir ao hospital. Me sentia fisicamente bem, mas estava nervosa demais. Comecei a duvidar do quão preparada eu estava para... o que fosse.

Cheguei ao hospital e logo subi para a internação. Não quis ficar num quarto privativo, achei que nem era o caso.Até porque não queria que meu marido ficasse comigo. Na enfermaria só eram permitidas acompanhantes mulheres. Cheguei sozinha, e fui atendida por uma enfermeira simpática, que se apresentou e ofereceu empatia, pois também já havia passado por o que eu estava prestes a enfrentar. Ela me pôs no soro com Ocitocina (um hormônio que produz contrações) e o primeiro comprimido de (argh!) Cytotec.

As dores começaram. Primeiro, realmente uma cólica bem forte. Eu ainda conseguia fazer piadas. Na verdade, me incomodava mais a dor da agulha na mão (eu DETESTO acessos na mão..!) do que as cólicas. Foi nesse estágio que minha querida amiga chegou. Coitada, acho que se soubesse o que viria pela frente, eu mesma faria questão de que ela não tivesse presenciado aquilo. Mas que bom que ela estava lá..!

Rimos, fizemos piada com os programas da TV, comentamos a semelhança da enfermeira com a dançarina Andressa Soares (a Mulher Melancia!), contamos causos. A dor crescia e eu ri até onde consegui. Mas chegou o momento que eu não consegui mais. As lágrimas não vinham: vieram os gritos. E a minha "Mulher Melancia" aconselhava com calma e meiguice que respirasse fundo, fizesse força, dobrasse as pernas. "É como um parto, mas sem o prêmio..!". A doida da minha amiga (bota AMIGA nisso!) chegou a pedir para que eu a mordesse. Se eu o fizesse, não ia sobrar nem osso..!

Resumo da ópera: a dor é lancinante. Gritei, sim. Esperneei, pedi drogas, cesariana, aspirador de pó e até porrada. Nem sei quanto tempo passou. Nada saía, nem sangue. Fiz muita força. Levantava, sentava, pulava e até dançava. E aquele soro no braço..!

Mais força. Um pouco de sangue. Aquilo me tranquilizou, me deu mais coragem para "empurrar". Mesmo assim, já havia amanhecido e eu estava exausta. Vinha cambaleando do banheiro para a cama quando senti um "estalo" dentro de mim. Um líquido lavou o chão, e eu expeli algo que reconheci como o que uma colega de dor e de blog descreveu como um coágulo escuro em forma de rim . Por conta de seu testemunho, achei que já era o feto. Desviei o olhar. Pedi pra Renata chamar a enfermeira, a faxineira, sei lá. Me senti péssima e a dor não passava, parecia piorar. Tentei subir na cama e então veio uma nova contração, que quase me fez perder os sentidos. E, com ela, o feto.

Tentei desviar o olhar, mas foi irresistível. Por um segundo, tirei de minha mente o medo que aquela imagem pudesse assombrar-me o resto da vida. Não sei descrever o que senti ao fitá-lo, mas não foi algo ruim. Se havia alguma sensação negativa, foi eclipsada pelo alívio das dores que desapareceram por completo. As lágrimas finalmente rolaram e murmurei uma prece pessoal por tudo o que aquilo viera representar em minha vida. A Renata me auxiliou a subir na cama e, em segundos, adormeci. Pelo menos seis horas tinham se passado da internação áquele momento.

Acordei um tempo depois- não sei precisar quanto- com uma nova onda de cólica. Senti que algo se desprendia de mim. As dores agora eram esparsas, e sumiam logo após trazer uma enxurrada de sangue e coágulos grossos. Encharquei a cama e algumas fraldas de adulto. Fui levada á US onde o médico constatou que havia sim restos a serem retirados pela curetagem- embora muito pouco - e que eu estava sangrando muito. Ele ficou surpreso até de eu não estar pálida nem sentido vertigens. Saí do consultório caminhando. Um milagre de acordo com meu merecimento.
Da curetagem, nada lembro a não ser a entrada no centro cirúrgico. Dormi e nem lembro de ter sentido sono. Apenas acordei em outro lugar e fiz a pergunta clássica ao primeiro enfermeiro que apareceu: " Já acabou?". Pelo sorriso da resposta, já devia ter acabado fazia era tempo...

Tive alta no dia seguinte, já sem dores. Em cinco dias, o sangramento cessou quase que completamente. Hoje, seis dias depois, a reavaliação mostrou que está tudo bem. Já não tomo mais nenhum remédico, já não sinto mais cólicas. Apenas cumpro mais alguns dias de repouso, e daqui a três meses...quem sabe.

Ah, e um lembrete prático: minha primeira filha nasceu de cesárea. E já que esta dor da expulsão é a mesma do parto, posso dizer com a segurança das duas experiências: VIVA O PARTO NORMAL!!. Não se deixem intimidar pela dor. Ela passa muito mais rápido do que pensamos. Se meu bebê tivesse nascido, teria sido mil vezes melhor passar pela dor ANTES do parto do que enfrentar novamente o pós operatório da cesariana. Eu teria curtido muito mais os primeiros momentos da maternidade sem aquele rasgo na barriga. Não há cólica que pague isso, não... mais uma vez VIVA O PARTO NORMAL!!.


Cicatrizar útero e coração. Regenerar. Renovar. É assim que me sinto: renovada. Como bem disseram os três anjos que acompanhou a tudo de perto (e que aqui na Terra, chamo de amigas) : " A vida continua... na verdade ela nunca parou.Tudo muda, tudo vem. E vem para bem". "Estamos em processo de melhoria contínua" - disse uma outra.




A quem possa estar lendo essas longas linhas, minha gratidão. Seja qual for a história que você esteja escrevendo, meus votos de sucesso e felicidade. E áquelas que compartilham essa intensa experiência, minha empatia, solidariedade e amor. Confiança é a chave. Sempre.

Não, isso não é consolo. Mas ás vezes, pode ser um conforto.

Deus é misterioso e infalível. Sou grata pelas lágrimas que lavam traumas, transformando-os em lições aprendidas. Que o Senhor me faça digna de merecê-las, e jamais esquecer que sou antes de tudo, instrumento do Bem.

sábado, fevereiro 26, 2011

Quando a gente não anda...a vida EMPURRA.

O sonho começou e terminou em datas festivas. Da descoberta da gravidez- a segunda, desejada, esperada, confirmada, festejada! - a outra descoberta trágica: um coraçãozinho de 11 semanas que parou de bater em meu ventre, deixando partido o que há 30 anos em meu peito.

Não, não consegui tomar nenhuma atitude na hora que não fosse chorar, lamentar, buscar uma culpa que não havia onde encontrar. Acho que nenhuma mãe espera conhecer a dor de perder um filho, nenhuma gestante espera outro momento que não seja o parto. Tentar descrever aqueles sentimentos é doloroso e desgastante para quem passa por isso, e inútil para quem nunca passou. Só se aprende vivendo. Vivendo e aprendendo. E tudo é aprendizado. Rezei até encontrar o novelo que me conduziria ao fim do labirinto escuro do luto, onde encontrei a gratidão. Nunca eu me senti tão sozinha- e nunca me foi tão óbvio que tenho amigos verdadeiros. Nunca eu me senti tão desamparada - e nunca eu reconheci tanto o apoio recebido. Nunca eu me senti tão fraca e culpada - e nunca havia conhecido tão intensamente a força do perdão.Nunca eu senti tanta dor - e nem conhecera tamanho alívio.

Ao sair do hospital, não estava mais grávida nem carregava um bebê no colo. Mesmo assim, senti o pulsar da nova vida.

Fui eu que renasci.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Update: Balzaquiana

Então, tenho 30 anos. Trinta. Achei que isso ia me assustar, me deprimir (será?) me fazer sentir diferente. Que nada. É engraçado pensar que tenho trinta. Trinta. Trin-ta..! *risos*. Não dá nem pra acreditar, parece que estou falando de outra pessoa.
Cá estou eu, trintona, inegavelmente adulta e mesmo assim...

...Bem, vai ver que é por isso que o destino fez questão de tornar esse ano um divisor absoluto de águas em minha vida. E isso porque 2011 está apenas no início.