terça-feira, março 29, 2011

SUSTENTABILIDADE: Ambientalismo ou Capitalismo?

Vamos encarar os fatos: a palavra sustentabilidade está tão em voga atualmente porque já não podemos falar mais em preservação. Não é preciso mais buscar embasamento em nenhum número oficial ou gráfico científico para constatar que, quando falamos em "preservar" hoje em dia, já não se trata de uma solução, e sim de não agravar um problema que já está instalado.

É utópica a idéia de que é possível "voltar no tempo" e recuperar o bioma original das regiões devastadas. Até porque a Natureza é como um grande organismo, e muitas vezes a intervenção em áreas aparentemente distantes é capaz de afetar de forma estrutural o ecossistema de uma reserva. Assim como os parques que existem em meio á grandes metrópoles, conservando nada além de uma lembrança da vegetação que outrora dominava toda a região, as florestas e reservas que temos hoje na maioria das vezes estão em maior ou menor grau, comprometidas pelo avanço da "civilização" pelo mundo. Os efeitos de anos e anos da exploração indiscriminada de recursos já são globais.

Por isso, a discussão sobre sustentabilidade já não pode mais ser considerada como "ecológica" ou assunto de ambientalistas, mas uma questão urgente a ser trabalhada prioritariamente por empresários e pessoas diretamente responsáveis (ou pelo menos interessadas) pela movimentação econômica da humanidade. Não deve ser exagero afirmar que os problemas ambientais causados pelo desmatamento, aquecimento global, acúmulo de resíduos e poluição são todos derivados do capitalismo e de uma economia de consumo.

Não faz sentido também, sugerir um retrocesso na história. O que precisa ser feito neste momento é encontrar um real ponto de equilíbrio entre o que está sendo dado no presente e tirado do futuro. Buscar um jeito de acelerar o desenvolvimento e frear a degradação. Mas para isso é necessário que se enxergue além dos custos financeiros, ou teremos apenas postergado o apocalipse.


Sustentabilidade não tem mais a ver com ecologia, e sim com economia.

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