terça-feira, julho 28, 2020

2020 : Se flopou, nunca existiu.

...E quem diria que uma virose ia virar o mundo de cabeça pra baixo, né?

Dia 13 de Março de 2020 foi o derradeiro dia "normal" da minha vida. O Covid-19 já existia, o "Carnaval do Corona" acabara de passar pela cidade sem maiores preocupações. Talvez eu devesse ter prestado mais atenção no fato de que mais de um ilustre figurante das minhas redes sociais passou a folia ostentando a Catuaba no bloquinho, e logo depois caiu doente de pneumonia. Presidente falando que pra quem tem histórico de atleta, é gripezinha e resfriadinho.

Mesmo assim, me deu arrepios de seguir o fluxo intenso de pedestres que era continuamente engolido pelas escadarias das estações de Metrô da Av. Paulista às 19h de uma sexta-feira. Decidi continuar andando pela avenida, observando as pessoas e a paisagem. Tudo por ali é inquieto e parece que se move, até os prédios. Tirei uma desnecesselfie qualquer, com a antena da Gazeta ao fundo. Tinha ido pra lá naquela tarde ao encontro de duas amigas e ex-colegas de classe. Pela manhã, depois da aula também tinha almoçado com uma amiga que raramente vejo, por morar tão longe em outro extremo do país, mas que estava em Sampa para fazer um curso e passear. Aquela noite terminou tarde, bebendo com um amigo que também raramente encontro. Ou seja: pra quem tem uma vida social rara, foi um dia extremamente movimentado e alegre.

No dia seguinte, bateu uma ressaquinha moral ouvindo algum noticiário. E pensando que mais da metade da minha família que mora comigo é do grupo de risco. Decretei que não sairia mais, e não frequentaríamos mais as aulas. E assim, confinada com a minha família, atravessei quase uma centena e meia de dias sem ver nem a cor do asfalto.

Em meio à insegurança e quase histeria pandêmica, o Brasil assiste estarrecido a um inacreditável duelo entre Governo Federal e Governos Estaduais. Entraves políticos intransponíveis. Escândalos de superfaturamento, desvios, fraudes. Corrupção. Dedos apontando para todos os lados. Fiquem em casa, morram de fome, de estresse, de tédio, de exaustão ou de colesterol - dependendo de que lado do iFood você está.

É tudo ao mesmo tempo agora. Casa, criança, cachorro. Home office? Desempreguei. O desafio foi concluir o TCC. Pra quê, nem sei se vou me formar. Um enterro, dois enterros, três, quatro amigos se foram, outros tantos - que bom! - venceram a horrível doença. Outros tantos - Ué? Eu tive, mas não foi nem um resfriadinho! Opinião é igual traseiro e cada um tem a sua. Sai dando por aí quem quer, às próprias conseqüências...

Entre o estudo e o estágio, a vontade de falar de música, o monte de live boa, o tempo curto demais pra qualquer coisa que não desse dinheiro ou valesse nota.

BBB, me chama, que eu já tô pós-graduada em ficar trancada em casa, lidando com gente difícil, e passando por provas que pressiona qualquer um aos limites da sanidade.😂😂😂

29.05.2020@Minishe

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