segunda-feira, agosto 24, 2009

Tragédia a beira do caminho.

Ontem, voltando para buscar nossa filha após um cansativo dia de preparativos para a mudança, meu marido perguntou se eu não queria ver como havia ficado o apartamento. Concordei, sem muito entusiasmo: a curiosidade era grande, mas o cansaço era maior.
No desvio do caminho, os destroços de um acidente: um Palio Weekend vermelho, todo retorcido. Impacto em alta velocidade, sem dúvida. O instinto de urubu do Biludo falou mais alto, e ele quis parar o carro para ver de perto. Muitos curiosos fizeram o mesmo. Nenhum carro de resgate por perto. Concluí que já deviam ter removido as vítimas.

Engano. Ao me aproximar do que sobrou do carro, um homem entre a vida e a morte, mais próximo dessa última, estava preso ás ferragens. Afastei-me antes que visse mais do que eu não queria ver, e foi só pelos comentários que eu soube da moça de rosto mutilado, e do bebê de seis meses que fora retirado e levado pelos populares. Em quais condições, desconheço.

Chega o carro de bombeiros. A ambulância. Duas motos de apoio. Socorro. Papai bebeu demais.

Não ficamos para ver o fim da história.À morte trágica se opõe o esforço heróico dos bombeiros. Ao pai de família se opõe o homem irresponsável. À um alegre passeio de domingo opõe-se a bebida.

Á esta conclusão, opõe-se a mídia.

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