domingo, março 18, 2012

Melhor idade, de verdade, é poder escolher legalmente entre dormir no motel ou na casa dos pais.


Meu, já que esses dias tá mesmo rolando esse clima de "revival" pra todos os lados, desde os tempos da escola, e esse blog é meu mesmo e eu escrevo o que eu quiser nele, vou compartilhar com quaisquer eventuais leitores um sentimento a respeito de uma época da minha vida que acredito ter vivido tardiamente: a adolescência.
Cara, de boa. Eu era uma adolescente bizarra. Não apenas não era bonita: eu era BI-ZAR-RA. Quem me conheceu deve lembrar. E eu não tava nem aí. Eu só era bolada mesmo por ser gordinha- e mesmo assim eu não me achava tão gordinha quanto eu percebo hoje pelas fotos. Cara, eu era um desastre ambulante. Além do meu físico impagável ainda somava o fato de que eu não tinha a mínima noção para me vestir. Tipo, a mínima noção _mesmo_. Eu até pensei em postar umas fotos minhas daquela época mas, de boa, essas fotos já estão por aí rolando entre orkutes e facebúques, muitas das quais eu mesma "upei", então, beleza, eu não preciso produzir ainda mais provas de que eu era uma baranga nos tempos de escola.
Cara, se eu não tinha noção nem pra me vestir, ainda bem que eu não precisei me preocupar em ter noção para lidar com os meninos nessa fase. Porque provavelmente eu teria sofrido muito mais do que eu achei que tinha sofrido os amores não-correspondidos do colégio. Imagina se eu fosse gatinha o suficiente pra ter chance com o bonitão da turma aos 16 anos? Ou se eu não me sentisse desconfortável o suficiente na balada, pra gostar de sair como a maioria das minhas colegas dessa época? Ser uma adolescente pavorosa afinal só me livrou de muita encrenca, sem me poupar dos amigos maravilhosos daquela época e das boas lembranças, afinal, com a minha turma. Eu não ligava de ser a esquisita, desde que eu não fosse a invisível...Hahahahaha!
Hoje, eu continuo não ligando se eu sou a esquisita. Descobri que sempre existe um lugar na sociedade pra gente como eu, que não é muito comum, mas tenta não incomodar ninguém. Até gostaria de ter certeza de que sou invisível agora, mas acho que essa não é uma opção no nosso dia a dia tão conectado, linkado, online e sem fio. Então, eu prefiro bancar minha própria assessoria de imprensa e manter minha própria fonte confiável de informações comprometedoras. Eu sei que já disse isso, mas outro dia estava lendo os posts antigos desse blog e vi algumas cosas das quais eu sinceramente me arrependo de ter postado- mais ainda, eu me arrependo de tais idéias terem _passado_pela_minha_cabeça - mas ao invés de deletá-las, eu penso em talvez deixá-las lá com uma tag "arrependimento". Porque eu admito que errei, mas estou pronta para assinar embaixo de cada conta: porque o tempo todo eu só me comprometi até onde eu sabia que suportaria pagar. Talvez eu tenha feito tudo isso muito mais por covardia que por atitude nobre, o fato é que eu descobri que existe um sentido óbvio e infalível por trás de certas regras de moral e conduta, e se nossos pais tentam nos alertar sobre algumas coisas, devemos ouví-los e debater sobre as coisas, pois o simples fato de se incomodarem em abrir o diálogo já é um privilégio incrível da nossa geração.
Sim, a gente cresce.
Mas não precisa perder a graça.

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