terça-feira, agosto 17, 2004

Fazia muito tempo

que eu não sentava para meditar sobre minhas crenças, o lado mais místico da minha vida. Durante a semana que estive internada, passei muito tempo pensando sobre isso, e ontem conversei um pouco a respeito com minha amiga Denise. Aliás, deixe-me falar um pouco dela: a Denise e eu estudamos juntas um tempo, mas nunca fomos exatamente "melhores amigas" de andar junto e tal. No entanto ela sempre foi uma pessoa que me impressionou muito. Sabe essas pessoas que, por algum motivo desconhecido, chamam sua atenção? Ela é uma garota relativamente comum à primeira vista: bonita, sim, mas sem ser muito alta, ou muito baixa, ou muito gorda, ter os cabelos de uma cor ou penteado insólito, e nem é de chegar "causando" nos lugares. Mas impressiona. Todo mundo, uma vez na vida ao menos, deve ter uma memória mais vívida de alguém em meio a tantas outras pessoas, e a Denise é uma dessas pessoas para mim.
Enfim, há zilhões de anos atrás, quando nos conhecemos, eu virei para ela e disse isso. Ela nunca esqueceu, nem eu. E ficamos conversando sobre essas coisas difíceis de explicar, enquanto olhávamos fotos de um reencontro da turma da escola (fotos aliás, chocantes, que eu vou tentar resistir á tentação de publicar aqui em "antes" e "depois" *risos*). Minha conclusão é simples: não existem "pessoas especiais" com algum tipo de magia ou dom. Essas "coisas estranhas" que acontecem na minha vida, ou na da Denise, acontecem na de todos nós, mas a maioria das pessoas reluta em aceitar isso, pois o bom senso, e em alguns casos a educação cristã, nos diz que é algo improvável e até absurdo. Mas como é absurdo ou improvável se vivemos isso e sabemos que acontece? Para não pensarmos muito, ignoramos nossos próprios corações, nossas experiências.
Bom, eu não faço isso, e muitos me julgam maluca. Mas o fato é que é impossível deixar de perceber que, na minha vida, as coisas vão-se encaixando perfeitamente, como num romance. Nunca fui muito religiosa, e minha visão de Deus é muito particular. Não sei se acredito em destino mas é impossível pela experiência dizer que as coisas não têm cada uma seu lugar na vida, e que é possível sim adivinhar alguns desfechos. Há uma lei natural e imutável que nos leva, a todo instante, a tomar as decisões e nos movimentar no sentido de fazer acontecer. Ignoramos essa lei, mas quem nunca fez algo por puro impulso, e depois ficou pensando "por que é que eu fiz isso?". Acredite, você precisava fazer. A Natureza tem seus meios. A vida encontra seus caminhos. Teoria do caos, talvez. Ação e reação, pode ser. Mas tudo, tudo caminha no sentido que deve caminhar. Todo dia é uma luta, uma estrada que precisamos trilhar com vontade, buscando algo que talvez não iremos encontrar, mas que o único jeito de saber é indo atrás. No fim das contas, chegaremos onde foi preciso chegar. E perceberemos isso.

O que não se pode negar é essa percepção.

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