terça-feira, agosto 31, 2004

Não sei o que dizer.

Acho que não devia dizer nada. Mas calar é tão difícil quanto falar. Entre um ou outro, escrevo. E deixo para quem quiser ler.

Os dias passam devagar. As horas se arrastam como se os ponteiros do relógio fossem tão pesados quanto as responsabilidades do mundo. A ansiedade aumenta, e em certos momentos torna-se insuportável. Quero gritar, mas não grito. Não quero chorar mas as lágrimas teimam em escapar uma por uma...até que se tornam um rio tão grande quanto o que deságua em meus sonhos, me trazendo a única paz que tenho conhecido nos últimos tempos.

Eu me atrevi a adentrar no paraíso, e a experimentar uma felicidade que talvez não coubesse a nós, humanos que somos. E os deuses ciumentos não hesitam em usar dos atrifícios mais cruéis para tentar me expulsar daqui. Fabricam intrigas comigo mesma, contam mentiras, tentam me enforcar com o lemço mais precioso que minha alma pôde tecer. Por fim, tentam comprar-me com dúvidas, pagando em ilusões. Mas não adianta. Ninguém muda o que está escrito além das estrelas, desde tempos imemoriais. Há uma luz indicando o caminho a ser seguido, e mesmo ofuscada, ela nunca se apaga. E ainda que, cega, eu tropece nos degraus que ignoro, sei que o caminho está certo. Me levanto em preserverança pois sei que lá no fim hei de encontrar o que me há de mais caro. E com a doce certeza de que fiz por merecê-lo.

Nada abala aquele que tem amor e confiança perfeitos. E esta é apenas a metade do caminho.


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